? A forte demanda interna, resultado da melhoria do poder aquisitivo da população, bem como a forte alta de preços da carne bovina, concorrente direta da carne suína, mantiveram os preços internos fortemente aquecidos, desestimulando as exportações. O real excessivamente valorizado e as despesas de exportação mais caras reduziram a competividade do produto brasileiro no concorrido mercado internacional ? explica Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, em nota distribuída à imprensa.
No acumulado do ano até outubro, as exportações de suínos somaram US$ 1,133 bilhão, alta de 11,32% ante o mesmo período de 2009, quando o montante era de US$ 1,018 bilhão. Em volume, houve queda de 9,75%, passando de 511,758 mil toneladas para 461,881 mil toneladas. Os preços médios praticados no exterior aumentaram 23,34%, para US$ 2.454 a tonelada.
As vendas para a Rússia, principal mercado importador da carne suína brasileira, recuaram 37,41% em volume, e 17,91% em valor em outubro. No acumulado dos dez meses, porém, a queda em volume nas exportações para a Rússia é menor: 9,62% e a receita registrou alta de 18,07%. Já os embarques para Hong Kong, segundo principal mercado, avançaram 4,12% em volume e 10,16% em receita no mês de outubro. Para a Ucrânia, terceiro maior mercado para o Brasil, houve queda nos embarques (55,59%) e em receita (37,61%), em outubro.
No acumulado do ano, os principais destinos da carne suína foram Rússia (206,600 mil toneladas), Hong Kong (81,189 mil toneladas), Ucrânia (36,902 mil toneladas), Argentina (28,973 mil toneladas) e Angola (26,740 mil toneladas).
Mercado interno
De janeiro a outubro, os volumes comercializados de carne suína no mercado interno representaram 119,8 mil toneladas a mais que no mesmo período do ano passado. De acordo com a Abipecs, a queda de 9,75% em volume nas exportações no período foi compensada pelo crescimento de 7,9% nas vendas internas.