No acumulado do ano, o país embarcou 71.808 toneladas e faturou US$ 186,82 milhões, queda de 11,53% no volume e de 12,41% na receita ante igual período de 2013. O presidente da Abipecs, Rui Eduardo Saldanha Vargas, informa que os números de exportação de carne suína de janeiro e fevereiro de 2014 retratam um desempenho esperado, considerando o cenário do mercado internacional, especialmente neste período do ano. Segundo ele, a expectativa de reação em março continua otimista, com exceção do mercado da Ucrânia, que enfrenta no momento uma crise que repercute diretamente no setor.
O Brasil exportou apenas 1.454 toneladas de carne suína para a Ucrânia em fevereiro, uma queda de 83,43% na comparação com fevereiro de 2013. Em receita, a variação negativa alcançou 83,30% (US$ 4,32 milhões). Em janeiro e fevereiro, houve retração de 88,97% em toneladas (1,70 mil ton) e de 88,28% em receita (US$ 5,13 milhões), na comparação com o acumulado no mesmo período de 2013.
– Quando esses países [Rússia e Ucrânia] compram menos, a gente tem um excedente, que acaba se voltando para o mercado interno. Já que não temos como frear no curto prazo a produção de carne suína isso acaba depreciando o mercado – diz o analista da MB Agro Cesar de Castro Alves.
De acordo com o presidente da Abipecs, os exportadores continuam otimistas em relação ao aquecimento do mercado do Japão e a uma situação mais favorável na Rússia, em virtude de adversidades que vêm sendo enfrentadas pela Europa e pelos Estados Unidos, concorrentes do Brasil no mercado russo.
Uma sinalização positiva em março, pela Rússia, foi a habilitação de mais duas unidades brasileiras de carne suína. Agora são seis as fábricas habilitadas, em relação a três em 2013, lembra Rui Vargas. A Rússia permanece como o principal destino da carne suína brasileira, com participação de 29,43% nas exportações do mês, seguida por Hong Kong com 23,49% e Angola com 11,80%. A mesma sequência ocorreu na receita: Rússia em primeiro lugar com 35,83%, Hong Kong com 21,68% e Angola com 7,85%.
Aves
As exportações de aves também estão em queda em 2014. Em fevereiro, houve um pequeno recuo, com a venda de quase 300 mil toneladas. A receita de US$ 500 milhões representa queda de 12% em relação a fevereiro do ano passado. No bimestre, a alta de volume exportado é de 1%, com cerca de 590 mil toneladas comercializadas. A lucratividade diminuiu 8%, ficando em US$ 1,1 bilhão.
Apesar dos resultados para o setor de aves e suínos, o analista da MB Agro Cesar de Castro Alves acredita que o mercado interno pode compensar a queda das exportações.
– Teremos no nosso país eventos importantes, como a Copa e as eleições. Isso pode dar uma aquecida muito grande no consumo de todas as carnes e contribuir ainda mais para esta pressão na inflação.
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