Segundo o presidente da entidade, Pedro de Camargo Neto, apesar de o segundo semestre apresentar tradicionalmente um aumento de vendas, a demora em abrir novos mercados e a forte dependência da Rússia, que vem diminuindo suas compras, prejudicarão o desempenho dos embarques do país. A Rússia compra 45% da carne suína exportada pelo Brasil.
? A gente vem patinando há anos. Felizmente os preços estão bons, a demanda no mercado interno está em ordem, mas falta crescer o volume exportado. E isso só vai acontecer quando abrirmos novos mercados e ficarmos menos dependentes da Rússia ? disse ele.
Até julho, a Rússia importou 142.709 toneladas de suínos brasileiros, queda de 9,38% ante as 157.478 toneladas compradas nos sete primeiros meses de 2009. Somente no mês passado, o recuo foi de 2,39%, para 19.420 toneladas.
Em relação aos preços, o presidente da Abipecs vê valores sustentados até o final do ano.
? O preço médio vai continuar alto, porque os nossos competidores estão praticando valores em patamar elevado ? afirmou, lembrando que o movimento resultará em crescimento de receita cambial em 2010.
Porém, o executivo não quis fazer uma projeção.
Novos mercados
Camargo Neto informou que a China adiou a vinda, nesta semana, de uma missão para a habilitação de fábricas brasileiras para vender suínos ao país. Embora ainda não tenha nova data, o executivo aguarda a visita para ainda este mês. Para setembro, Camargo Neto prevê a conclusão do processo de habilitação nos Estados Unidos e União Europeia.
? Os dois países não nos trarão muito aumento em volume, mas são chancelas e serão referência para a abertura de outros mercados ? afirmou.
No mesmo mês, o Brasil também receberá missão de habilitação do Canadá. O presidente da Abipecs também espera que o Brasil possa iniciar a venda de carne suína ao Japão e à Coreia do Sul ainda neste ano.
A entidade divulgou nesta segunda, dia 9, os números de exportação de julho. Os embarques brasileiros de carne suína somaram 43.771 toneladas, recuo de 9% ante as 48.108 t exportadas em julho do ano passado. A receita cambial do mês passado somou US$ 108,225 milhões, 7,68% maior que no mesmo mês de 2009. No acumulado do ano, as vendas externas de carne suína caíram 8,50%, passando de 342.587 toneladas de janeiro a julho de 2009 para 313.468 toneladas nos sete meses deste ano. Já em receita, o resultado é 12,57% superior, somando US$ 769,527 milhões.