Em março, as exportações atingiram 36,8 mil toneladas, o melhor resultado para o ano de 2015, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Entretanto, o volume, que considera carne in natura, cortes, preparados e miúdos, representa uma retração de 7,8% na comparação com igual mês do ano passado, quando foram embarcadas 39,9 mil toneladas. Já em comparação com fevereiro, o resultado representa incremento de 36,2%, e de 27,1% ante janeiro.
A receita cambial somou US$ 85,5 milhões, uma retração de 19,1% na comparação anual. Na comparação com o mês anterior, o resultado representa incremento de 27,9%. A receita em reais totalizou R$ 266,7 milhões no mês, incremento de 8,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com o vice-presidente de suínos na entidade, Rui Eduardo Saldanha Vargas, problemas com a logística afetaram os resultados do primeiro trimestre.
– Esperávamos o início da retomada no mês de fevereiro. Entretanto, com a greve dos caminhoneiros e pelo fato do ciclo de produção da suinocultura ser relativamente longo, esta retomada deverá ocorrer somente nos próximos meses – projeta Vargas.
Maior importador de carne suína do Brasil, a Rússia elevou seus embarques em 43,5% em março na comparação com fevereiro, totalizando 13,9 mil toneladas. No saldo trimestral, os embarques para o mercado russo aumentaram 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com 34,4 mil toneladas embarcadas. No entanto, a receita cambial apresentou redução de 16,4%, para US$ 93,9 milhões.
No levantamento das quatro maiores regiões importadoras, os embarques a países da Europa extra-União Europeia totalizaram 34,7 mil toneladas no trimestre, volume 12,5% inferior ao registrado entre janeiro e março de 2014. Em segundo lugar, a Ásia foi responsável pelos embarques de 34,2 mil toneladas (-17,4%). As exportações para países das Américas totalizaram 11,5 mil toneladas (-1,1%), enquanto o continente africano foi destino de 7,28 mil toneladas (-48,4%).
Os cortes lideraram o ranking embarques de carne suína, com total de 75,3 mil toneladas entre janeiro e março deste ano, resultado 17,1% inferior ao registrado no mesmo período de 2014. Já de miúdos, foram embarcadas 10,3 mil toneladas (-29,6%). Em seguida vieram as preparações, com 2,5 mil toneladas (+50,9%), e carcaças, com 1,1 mil toneladas (-36,3%).
Frango
O volume de carne de frango exportado para a China em março cresceu 42% na comparação com o mesmo mês de 2014, puxando o desempenho das vendas brasileiras para a Ásia. O continente importou 19% mais carne de frango do Brasil no período, totalizando 112,5 mil toneladas, sendo 24,8 mil toneladas apenas pela China.
Dados da ABPA mostram que as importações de Hong Kong também cresceram em março, para 26,2 mil toneladas.
– Se somarmos os embarques para os dois destinos de exportação, a China se consolida como nosso segundo maior mercado importador – afirma o vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin.
No mesmo período, os embarques de carne de frango para a Arábia Saudita aumentaram em 10,1 mil toneladas, o que equivale a um incremento de 20%. No total, os sauditas importaram 60,5 mil toneladas do produto. O desempenho ajudou a manter o Oriente Médio como o principal destino das exportações brasileiras de carne de frango, com 120,8 mil toneladas (+4,7% no comparativo anual). No trimestre, a região importou 336,9 mil toneladas, resultado 1,5% maior que o do mesmo período do ano passado. Já incremento dos embarques para os países asiáticos nos três meses do ano foi de 2,9%, para 278,3 mil toneladas.
Ao todo, o Brasil exportou 348,9 mil toneladas de carne de frango em março, com avanço de 7% em relação a março de 2014. A receita em dólares caiu 4,4%, para US$ 579,3 milhões, enquanto o faturamento em reais subiu 29,1%, para R$ 1,818 bilhão. O resultado foi positivo, segundo avaliação de Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
– Retomamos o fluxo das exportações que haviam sido afetadas pela greve dos caminhoneiros em fevereiro, e praticamente zeramos as perdas em toneladas acumuladas no primeiro bimestre – afirma.
Os números da ABPA consideram produtos inteiros, cortes, salgados, processados e enchidos. Os dados trimestrais, no entanto, excluem os embutidos.