De acordo com o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, ainda que os embarques tenham diminuído novamente, é importante frisar que o Brasil reduziu sua dependência em relação ao mercado russo, com aumento nos embarques do produto para Ucrânia, Hong Kong e Argentina.
? Após cem dias de restrições impostas pela Rússia à carne suína brasileira, os prejuízos continuam, mas o setor consolida sua independência em relação àquele mercado, tradicionalmente o principal comprador ? comenta.
Conforme Camargo Neto, apesar de o Brasil estar exportando muito pouco para a Rússia, o desempenho das vendas externas, em setembro, não foi ruim, pois houve crescimento a outros mercados.
? Nas vendas para Ucrânia, Hong Kong e Argentina, a elevação ocorreu tanto em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, como no acumulado do ano, em relação à igual período de 2010 ? disse.
Levantamento da Abipecs indicou embarques de 390,25 mil toneladas de carne suína entre janeiro e setembro, uma redução de 5,32% ante igual período de 2010, e um aumento de 5,53% no faturamento, que passou de US$ 1,06 bilhão para US$ 1,064 bilhão.
Vendas para Rússia recuam 90%
As estatísticas dos nove primeiros meses deste ano ainda mostram que a Rússia permanece como o primeiro comprador de carne suína brasileira, seguido de Hong Kong, Ucrânia, Argentina e Angola. Porém, os números de setembro não escondem as perdas: houve uma variação negativa nas vendas para a Rússia de 90,13%, com apenas 2,25 mil toneladas vendidas, na comparação com igual mês do ano passado, e de 88,61% em valor.
De janeiro a setembro, o Brasil vendeu para a Rússia 117,8 mil toneladas, com um faturamento de US$ 366,9 milhões. Houve queda de 37,55% em volume e de 28,52% em receita, na comparação com o mesmo período de 2010.
Situação inversa aconteceu com a Ucrânia, que teve variação positiva nas compras de carne suína de 93% em volume em setembro, chegando a 10,19 mil toneladas, e de 114,9% em valor, alcançando US$ 30 milhões.
Em setembro, as importações de Hong Kong mostraram uma elevação de 73,66% em volume, totalizando 14,73 mil toneladas e de 132,5% em receita, de US$ 38,49 milhões, na comparação com setembro de 2010.
Para a Argentina, o Brasil exportou 3,96 mil toneladas, com faturamento de US$ 12 milhões, uma variação de 8% em volume e de 18,62% em receita, em relação a setembro do ano passado. De janeiro a setembro, o Brasil embarcou 29,18 mil toneladas para o mercado argentino, um crescimento de 14,62% em relação aos nove primeiros meses de 2010.