Aos exportadores, a situação é propícia para a venda: somente em setembro, o comércio brasileiro para o exterior somou US$ 162,1 milhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os couros bovinos acabados representam mais de 60% deste número. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento nas exportações desse tipo de produto foi de 27%.
Carlos Obregon, diretor de operações da divisão de couros da JBS, maior exportadora do Brasil, com 14 unidades no país e uma na China, considera o momento positivo.
– A indústria nacional tem competência, conhece o couro e também conta com os programas do governo voltados ao incremento da exportação. Destaco o Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras) e a desoneração da folha, que criaram uma condição competitiva favorável para indústria nacional.
Para os atacadistas, no entanto, o momento é desfavorável. O atacado Casa de Couros Romeu, de São Paulo, passa por um de seus piores períodos em seis décadas. A empresa compra dos curtumes e revende para fabricantes em todo Brasil.
Segundo o diretor comercial Rodrigo Saragioto, o negócio vem piorando. Ele compra o quilo do couro verde por R$ 1,80, R$ 0,40 a mais do que no início do ano. A comercialização também mostra recuo, com a diminuição de 15% a 20% dos pedidos.
– O preço do couro normalmente cai quando o mercado está mais baixo e, agora, por ter uma predominância de alguns grandes grupos no mercado e a exportação também ter crescido nos últimos meses, temos uma elevação no preço do couro bruto e não temos a contrapartida da venda no final, então subimos o preço sem ter o aumento de vendas. Isso complica bastante nosso mercado.
Para Alberto Skliutas, diretor executivo do Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles do Estado de São Paulo (Sindicouro), as exportações devem seguir no mesmo ritmo em 2013. Já o mercado interno dependerá de outros fatores.
– Em resumo, acredito que exportação continue no nível atual, sem grandes deferências ou repercussões. Já o mercado interno é ligado ao bolso, realmente alguma inflação ou uma taxa que sobe pode determinar uma mudança – analisa.
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