Faesc defende medidas de apoio ao setor leiteiro

Valor de referência para o leite acima do padrão baixou de R$ 0,5736 o litro, em agosto, para R$ 0,5463 em setembroA tendência de queda no mercado de lácteos foi mantida e os preços de referência para o leite em Santa Catarina baixaram, em média, 4,7%, segundo o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite (Conseleite). Isso significa redução de R$ 0,21 a R$ 0,27 por litro de leite entregue às indústrias de laticínio pelos produtores.

O valor de referência para o leite acima do padrão baixou de R$ 0,5736 o litro (valor final de referência em agosto) para R$ 0,5463 (valor projetado para setembro). Nesta mesma linha descendente, o leite padrão teve recuo de R$ 0,4988 para R$ 0,4750 e o leite abaixo do padrão baixou de R$ 0,4535 para R$ 0,4318.

O presidente do Conseleite e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, explica que, estimulado pelo mercado, o produtor aumentou em 20% a sua produção, de janeiro a julho deste ano, e agora não consegue preço suficiente para cobrir seus custos.

Zeferino reclama que, sem medidas oficiais de apoio à comercialização do leite, como contratos privados de opção e venda para sustentar o preço pago pela indústria ao produtor, não será possível escoar o excedente de produção das regiões produtoras para as regiões consumidoras.

O aumento expressivo da oferta de leite sem o crescimento correspondente das demandas interna e externa gerou excedentes de produção e, por conseqüência, a queda dos preços pagos ao produtor. O fenômeno não é privilégio de Santa Catarina. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo confirmou que o leite foi vendido, em agosto de 2008, a preços 15% menores do que em agosto do ano passado.
 
Reações

Para enfrentar esse quadro de dificuldades para o leite, a FAESC solicita ampliação das compras governamentais para os programas sociais de distribuição de leite e derivados. Outras medidas propostas são a implantação do programa de marketing institucional, com a participação de produtores, indústrias e governo; o combate à fraude e à comercialização do leite informal e a reforma tributária para eliminar os efeitos negativos da guerra fiscal, que atinge principalmente os Estados exportadores.

O presidente da Faesc frisa também que são necessárias ações emergenciais eficientes por parte do Governo Federal para fazer frente a uma crise que poderá comprometer o crescimento e a modernização do setor leiteiro, iniciada há 10 anos, período marcado pelo crescimento da produção e da produtividade, além de melhoria da qualidade da matéria-prima.