Após solicitação da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT) revisou a lista de preço de pauta da pecuária de corte do estado. No entanto, os valores não estão condizentes com os preços de mercado e nem de acordo com o que foi solicitado pela Federação em ofício enviando para a secretaria no início deste ano.
A Famato observou, desde devereiro, o descompasso entre o preço de venda do produto no mercado físico e o preço de pauta estabelecido pelo Estado. Segundo a nova portaria (nº 049/2017), publicada no dia 17 de março, os preços são baseados em categorias que não traduzem a realidade dos valores de mercado.
Por exemplo, no mercado o preço do bezerro desmamado de oito meses custa em média R$ 994,59, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). E o bezerro de 12 meses custa em média R$ 1.119,46. Para essas duas categorias de animais, a Sefaz-MT estima o valor médio de R$ 1.352,45, ou seja, bem acima do valor de mercado.
Outro exemplo que merece destaque é o preço da arroba do boi para abate que, segundo a nova portaria, estão previstos os valores de R$ 142,58 para o boi gordo e R$ 137,50 para a vaca gorda, enquanto que o estudo do Imea aponta os valores de R$ 126,59 e R$ 121,15 respectivamente.
“O preço de pauta precisa traduzir ao fisco o preço de mercado operado pela comercialização do produto, por isso pedimos a revisão dos valores estabelecidos pelas portarias. Esses novos números sugeridos pela Sefaz-MT não condizem com a nossa realidade. O governo deveria utilizar os dados do Imea, que é um instituto renomado e respeitado. Os dados do Imea são fidedignos ao que acontece no mercado físico e são muito usados pelos produtores rurais de Mato Grosso”, avalia o vice-presidente da Famato, Francisco Pugliesi de Castro.
A Famato vai sugerir uma nova adequação do preço de pauta, utilizando como parâmetro a lista de preços mínimos com os valores apurados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).