Faturamento com exportações de frango do Paraná recua 5% no acumulado do ano até novembro

Número reflete a crise que o setor enfrenta desde o fim do primeiro semestre por causa da alta no preço dos insumos e dificuldade de obtenção de créditoO faturamento das exportações da indústria avícola do Paraná, até novembro, caiu quase 5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 2011, a indústria atingiu US$ 1,8 bilhão com as vendas para o mercado externo, enquanto este ano alcançou US$ 1,7 bilhão. O número reflete a crise que o setor enfrenta desde o fim do primeiro semestre por causa da alta no preço dos insumos e dificuldade de obtenção de crédito.

O recuo é um duro golpe para o setor que há cinco anos acumulava recordes de exportação. Em 2011, o faturamento foi 16,5% maior do que em comparação a 2010, o dobro da economia brasileira que, como um todo, avançou 7,5% no período.

Desde agosto, porém, a cadeia avícola paranaense foi obrigada a diminuir o ritmo de produção em plena temporada de recordes de abate e exportação de aves em função dos altos preços da soja e do milho, que correspondem a 70% da ração utilizada para alimentar aves de corte.

Se considerada a soma dos últimos quatro meses, o faturamento caiu 13%. Entre agosto e novembro do ano passado foram gerados US$ 727,6 milhões em divisas, já no mesmo período deste ano foram US$ 631,5 milhões. A indústria deixou de faturar US$ 96,1 milhões.

A quantidade de frango exportada aumentou 4%, mas não ajudou na balança. Até novembro deste ano, a indústria comercializou 985,5 mil toneladas com o exterior.

– Além da crise interna, também enfrentamos a turbulência econômica mundial. Os países importadores não deixaram de comprar carne de frango, mas deram preferência aos cortes menos nobres. A exportação foi direcionada para produtos mais baratos por uma questão de mercado – explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.

Expectativa

Na torcida por uma boa safra de verão, de forma que os preços dos insumos voltem a se estabilizar, Martins acredita que a expectativa em longo prazo é positiva, mas que é necessária a junção de vários fatores para que o setor volte a se estabilizar. Para o dirigente, o que se espera agora é que o governo adote medidas para evitar a redução na produção e o repasse de preços ao consumidor.