Com quase toda a oferta negociada ? dos 1.466 animais em pista, 1.274 foram vendidos (886 angus certificados) ?, o remate faturou R$ 760.741. A média do quilo vivo dos machos ficou em R$ 3,17, acima da dos leilões no Interior (R$ 3). Na feira do ano passado, o valor foi de R$ 2,82 entre os machos.
? Estávamos prevendo seguir a média, mas superamos. A avaliação é positiva, o faturamento cresceu cerca de 70% em relação aos R$ 447 mil de 2009 e vendemos para vários municípios do Estado ? afirma o coordenador da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong.
O preço do boi gordo está em recuperação no Rio Grande do Sul e ajuda a dar impulso às cotações dos terneiros, explica Schardong. A demanda em alta é creditada ainda à qualidade dos animais ? ao contrário do ano passado, quando a seca do outono prejudicou a oferta ? e ao enxugamento do mercado pela exportação de gado em pé para países do Oriente Médio.
A gerente administrativa e financeira da Associação Brasileira de Angus (ABA), Juliana Brunelli, destacou o sobrepreço de 21% dos animais certificados em relação aos sem certificação, acima dos 9% de média das outras feiras deste ano e dos 5% da Fenasul de 2009. Os angus certificados foram vendidos na quinta a R$ 3,34 o quilo, enquanto os não certificados, a R$ 2,76.
O atual momento nas vendas de animais anima os pecuaristas ? e irmãos gêmeos ? Joselito e Eduardo Telles Maciel, proprietários da Cabanha Manto Azul, de Santo Antônio da Patrulha. Eles levaram 50 exemplares para o remate de terneiros. Para Eduardo, as médias elevadas em leilões mostram tendência de aquecimento do mercado de boi gordo no Estado e têm relação com um aperto na oferta para o abate nos próximos meses, puxado pela exportação de animais vivos e pelo aumento do custo das sementes de azevém, que teria desestimulado a formação de pastagens de inverno.