• Saiba o que pode e o que não pode ocorrer após a castração de cavalos
Foi o que aconteceu com o mangalarga marchador de 9 anos do telespectador Wagner dos Santos, de Feira de Santana (BA). Ele escreveu para o Jornal da Pecuária e o quadro Conversa de Curral desta semana foi conversar com o médico veterinário Divagno Barcelos, do EquiSportCenter, de Uberaba, no Triângulo Mineiro. O veterinário disse que vai ser preciso ter muita paciência para resolver o problema.
– Dr. Divagno, o que pode ter acontecido para esse animal não aceitar mais ferrageamento nos posteriores?
Divagno Barcelos: Na minha opinião, e na opinião de vários ferreiros que trabalham aqui, a parte de condicionamento desses animais para esses procedimentos é muito importante. Penso que, de alguma maneira, esse animal pode não ter sido condicionado a ser submetido a esse tipo de serviço. Como a gente condiciona? Desde novo deve ser manipular esses animais, escovando-os para tirar a famosa cócega. Quanto ao cavalo, a gente tem que lembrar que na natureza é uma presa, então ele está sempre pronto para se defender de coisas que ele julga que não são uma coisa casual, uma coisa que acontece direto.
– E agora, como fazer para corrigir o medo que este animal sente do ferrageamento?
Divagno Barcelos: Eu diria que a gente vai ter que voltar à primeira fase. Vamos escovar esse cavalo, vamos escovar essa mão, vamos escovar esse pé, mostrar a ele que não tem nada de mal acontecendo. Depois que ele já estiver aceitando essa parte de escova, a gente começa a levantar o pé dele. A partir do momento em que ele aceitar levantar o pé e manter seu casco limpo virar uma rotina, o manejo vai evoluindo, até que ele vai aceitar ser ferrado. Algumas pessoas até apelam para sedação do animal para fazer o ferrageamento, mas eu, como médico veterinário, não concordo, porque a partir do momento que você sedou, ele vai deixar porque ele está dopado. Então, não é um processo de aprendizado.
– O Wagner fala que ele aceita ser casqueado e não ferrageado…
Divagno Barcelos: O casqueamento é uma coisa menos brusca. O ferrageamento envolve marteladas e cravos. Aí, o próprio impacto recebido nesse casco é um impacto diferente do casqueamento. Então, pode ser nesse momento de barulho. A gente pode tentar nessa fase, também, pôr um algodão no ouvido para tirar um pouco desse barulho. Pode tentar ferrar com dois cravos de cada lado, ao invés de preencher todos os quatro de cada lado. É um processo… Então, é necessário ter paciência. É como eu digo, ensinar é uma coisa, tirar um trauma e ensinar é um pouco mais complicado.
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