Na região Norte, as simulações da pesquisa apontam para um aumento na produção de forragem do capim-marandu ou braquiarão.
– Isso acontece porque esse capim é do tipo C4. Havendo disponibilidade de água, o aumento da temperatura também eleva a sua eficiência em produzir biomassa – explica o pesquisador Moacyr Bernardino Dias-Filho, da Embrapa Amazônia Oriental. Ele participou da pesquisa fornecendo dados sobre o desempenho do capim nos solos da Amazônia.
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De acordo com a pesquisadora Patrícia Menezes Santos, da Embrapa Pecuária Sudeste, a construção desses cenários é um importante subsídio para o planejamento estratégico da exploração pecuária. A tecnologia dá suporte ao produtor rural e aos técnicos para a tomada de decisões. Com as simulações, baseadas em informações climáticas e de produção, o usuário da ferramenta online poderá projetar o cultivo de pastagens em diferentes regiões do país na atualidade e em médio e longo prazo.
Os cenários, pela antecipação de riscos, podem contribuir para o planejamento mais adequado da propriedade, adoção de alternativas de adaptação a eventuais efeitos das mudanças ambientais e como fonte de informação para programas governamentais.
Os cenários obtidos também sugerem que as mudanças climáticas terão impactos positivos sobre a produção anual de pastagens de tanzânia e marandu nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. A área onde esses capins poderão ser cultivados deve aumentar. Por outro lado, a estacionalidade de produção e a variação da produção ano a ano também deverão ser maiores, aumentando o risco climático da atividade.
No Nordeste, principalmente na área semiárida, a produção das pastagens deve ficar mais vulnerável, podendo ocorrer redução da área apta ao cultivo do capim-bufel, comum nessa região. Já para a palma forrageira, as simulações indicam aumento nas áreas aptas ao cultivo para 2025 e 2055.
As áreas de cultivo de pastagens de clima temperado devem diminuir na Região Sul devido à previsão de aumento de temperatura. Por outro lado, as áreas de forrageiras tropicais devem aumentar, reduzindo a vulnerabilidade dos sistemas de produção animal da região às mudanças climáticas globais.
Segundo Patrícia Santos, para garantir a competitividade e sustentabilidade da produção animal no Brasil, os sistemas de produção devem ser adaptados e novas tecnologias geradas. A diversificação do material genético animal e vegetal, uso de alimentação suplementar, conservação de forragem, adequação do manejo do pasto e solo, adoção de sistemas de produção integrados e irrigação são algumas alternativas para adaptação dos sistemas de produção no país.
A ferramenta é gratuita, de fácil acesso e está disponível neste endereço online.