A colheita das lavouras de milho safrinha é o centro das atenções dos agricultores do médio-norte de Mato Grosso. Mas nas áreas em que não houve cultivo durante o inverno, o foco é outro. No dia 15 de junho foi iniciado o vazio sanitário da soja. Durante 90 dias fica proibida a existência de plantas vivas da oleaginosa em campos comerciais.
O cumprimento desta medida é obrigatório. A fiscalização é feita pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), que visita as fazendas. Só em Sorriso, onde as lavouras de soja ocupam cerca de 600 mil hectares a cada safra, 20% das propriedades devem ser visitadas. A meta é percorrer 80 fazendas por mês.
Segundo o fiscal agropecuário do Indea-MT, Itamar da Silva Nascimento, ao encontrarem plantas tigueras, notificam o produtor e concedem prazo de 10 dias para que sejam destruídas. Caso o produtor não cumpra a medida, é multado.
Na última safra foram registrados apenas 50 focos de ferrugem asiática nas lavouras de Mato Grosso. Quantidade bem inferior à contabilizada no ciclo 2009/2010, quando foram notificadas 624 ocorrências.
Esta redução é consequência direta da conscientização do produtor rural, que cumpriu rigorosamente o período de defeso e ampliou as ações preventivas de combate à doença. Mesmo assim quem está no campo apoia as ações dos fiscais.
O agricultor Hernandes Piccoli plantou 420 hectares de milho safrinha e deve cultivar 950 hectares de soja. Como já sofreu prejuízos provocados pela ferrugem ele reconhece a importância do vazio sanitário e demonstra que o produtor rural está cada vez mais consciente da necessidade de cumprir as medidas preventivas.