PROBLEMA NO REBANHO

Focos de raiva bovina aumentam no Paraná e se alastram por 45 municípios

Notificações da doença tiveram alta de 39% neste ano em comparação a 2023, conforme a Adapar

novilhas dona dalva
Foto: Giro do Boi

Focos de raiva no rebanho bovino do Paraná tiveram aumento de 39% este ano em comparação a 2023. Até o momento, foram 206 notificações, contra 148 do último período.

Já foram registrados casos da doença em 45 municípios do estado, a maioria na região oeste. O município de Cascavel lidera em número de reportes, com 105 ocorrências, seguido por Laranjeiras do Sul, com 27, e Ponta Grossa, com 19.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) alerta que o risco é de perda total em pequenas propriedades e que a vacinação regular é a medida mais eficiente de prevenção.

O órgão implementou ações para controlar a raiva bovina, como a delimitação de áreas de perifoco, imunização emergencial e o controle de morcegos, os principais transmissores.

Obrigação em notificar casos de raiva

A coordenadora do programa de controle da raiva da Adapar, Elzira Jorge Pierre, alerta que o produtor tem a obrigação de notificar a Agência sobre a presença de animais com sintomatologia nervosa em sua propriedade.

Segundo ela, o primeiro sintoma é perceptível quando os animais infectados se isolam do rebanho e começam a ter dificuldade de locomoção, além de demonstrarem salivação excessiva.

“Até que eles caem e não conseguem mais se levantar. Apresentam movimentos de pedalagem com os membros anteriores e voltam a cabeça para trás. O animal não consegue mais se alimentar e nem tomar água, ou seja, a morte vem com grande sofrimento, sendo que a maioria morre em uma semana”.

Doença pode infectar todos os mamíferos

A raiva é transmitida principalmente pelo morcego hematófago, que se alimenta de sangue, e afeta todos os mamíferos, incluindo bovinos e humanos.

Elzira reforça que além de a notificação de casos suspeitos e a adoção de práticas preventivas serem essenciais para proteger a saúde animal, também são primordiais à saúde pública.

“Nós já tivemos casos de produtores de pequenas leiterias que entre os dez animais que tinham, perderam oito. Ao perder um animal na fase adulta de produção, até repor esse rebanho, é uma conta que não vale a pena, ainda mais pelo preço da vacina ser tão barato”.