Porém, nem todos os estudiosos são favoráveis à medida. Para o diretor-presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, a experiência de 2000, quando o Rio Grande do Sul optou por retirar a vacina e foi atingido pela doença, mostrou o quanto a medida é arriscada.
? A medida restringe movimentação do gado, aumenta o risco em relação à sanidade e à insegurança nas fronteiras ao norte da Argentina e Paraguai, além dos riscos de volta da doença, o que seria muito caro e prejudicial para a nossa reputação ? disse Torres.
O professor de zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS, José Fernando Piva Lobato, acredita que é preciso muito estudo para que qualquer medida seja tomada.
? Como estão as nossas vizinhanças? Estou tranquilo quanto ao Uruguai e Argentina, que estão livres da doença. Mas Equador, Colômbia e Bolívia me preocupam ? declarou.
Para o coordenador de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, a vacinação contra a aftosa não é o único empecilho para a abertura de mercado.
? O Japão e a Europa não se importam por causa da vacinação, mas há pouco tempo foram registrados focos da doença nos locais. Há muito protecionismo. Quando o Brasil ficar sem a vacina, vão surgir outras barreiras ? avaliou Sampaio.
Enquanto nada é decidido, representantes querem diálogo e análise antes que qualquer medida seja tomada.
? Hoje temos uma situação bastante tranqüila com relação à aftosa, mas com o controle ? conclui Sampaio.