Frigol cumpre plano de recuperação judicial e eleva faturamento

Companhia pretende ter uma receita bruta de R$ 700 milhões em 2012O Frigol S/A, de Lençóis Paulista (SP), está na lista dos poucos frigoríficos que entraram em recuperação judicial (como o Frialto) e que estão conseguindo cumprir o cronograma de pagamentos a credores e manter as operações em curso. De acordo com o gerente Administrativo-Financeiro do frigorífico, Luciano Pascon, em entrevista por telefone à Agência Estado, a prioridade é o pagamento a credores fornecedores, mas os débitos com os demais credores também deverão ser realizados conforme cronograma

No ano passado, o Frigol teve faturamento de R$ 520 milhões. Neste ano, a companhia pretende ter uma receita bruta de R$ 700 milhões, representando aumento de quase 35%.

Segundo Pascon, os recursos são obtidos por meio do capital levantado pela própria operação. Ele cita crescimento nas atividades da empresa mais forte a partir de julho de 2011, por causa das mudanças internas, como controle de despesas mais rigorosos, por exemplo. O setor favorável à indústria também ajudou, com preços mais baixos da arroba do boi gordo, por conta da maior oferta.

– No primeiro ano do plano, em 2011, pagamos todos os credores fornecedores com créditos de até R$ 25 mil. Neste ano estamos efetuando os pagamentos desses credores com saldo a receber acima de R$ 25 mil. Os trabalhistas já foram pagos – disse o executivo.

O Frigol tem duas unidades, em Lençóis Paulista (SP) e em Água Azul do Norte (PA), com capacidade de abate mensal de 17 mil animais e 20 mil cabeças, respectivamente. A empresa tem, ainda, uma unidade de abate de suínos, em Lençóis Paulista (SP), com capacidade de abate de 10 mil cabeças por mês.

Conforme dados recentes do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT), o Frigol tem uma representatividade de 1,06% no abate total de bovinos do País. Em 30 de julho de 2010, a agroindústria entrou com pedido de recuperação judicial, sob a alegação de dificuldades financeiras, cuja homologação ocorreu em abril de 2011.

– Estar em uma situação de recuperação judicial é difícil. Foi a última opção para continuar trabalhando. Foi uma decisão dura. Até o último minuto tentamos várias formas de nos capitalizar que não deram certo – ressaltou.

Pascon lembra que as conversas periódicas com os pecuaristas e a participação efetiva dos acionistas no processo deram credibilidade à empresa e fizeram com que os pecuaristas continuassem a vender seus animais à empresa.

Frigol Foods

No mês passado, a Frigol Foods Participações obteve autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ser uma companhia aberta na Categoria A, que permite a emissão de quaisquer valores mobiliários, inclusive ações. Diferente da Frigol S/A, cujo foco de atuação é o abate de bovino e suínos, a Frigol Foods atuará no setor alimentício com produtos de maior valor agregado voltados para os segmentos de food service e varejo.

De acordo com Pascon, a Frigol Foods ainda não está em operação e aguarda o aval da BM&FBovespa para listá-la no Bovespa Mais, mercado de acesso da BM&FBovespa, e atrair fundos de private equity (que compram participações em empresas).

Nesta segunda, dia 3, os acionistas da Frigol Foods Participações aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), o aumento do capital social da companhia, no valor de R$ 115 mil. Dessa forma, o capital social da Frigol Foods passará dos atuais R$ 60 mil para R$ 175 mil.

Agência Estado