Segundo os procuradores, o mapeamento das propriedades de origem do gado abatido pela empresa identificou a compra de animais de propriedades embargadas pelo Ibama (5.370 cabeças) e com registro de trabalho escravo (183 cabeças). A partir desses dados, o MPF propôs perante a Justiça Federal uma ação contra o frigorífico por solidariedade ao desmatamento na Amazônia e à exploração de trabalho escravo. Agora que a empresa assinou o termo de ajuste de conduta, o MPF pedirá judicialmente a homologação do acordo e a extinção da ação.
Pelo acordo firmado nesta quarta, o Frialto/Vale Grande assume o compromisso de comprar matéria-prima apenas de produtores rurais que não pratiquem desmatamento ilegal, que deram início ao processo de licenciamento ambiental e que não tenham ocorrência de trabalho escravo, invasão de unidades de conservação, terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
O procurador da República Rodrigo Timoteo da Costa e Silva diz que a assinatura do acordo dois dias depois de o MPF ter proposto 26 ações no Bioma Amazônico (21 em Mato Grosso) contra os frigoríficos que compraram animais de propriedades irregulares demonstra que o Ministério Público está aberto ao diálogo com as empresas do setor.