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Frigorífico da JBS comprado pela Argentina em 2012 está em crise

Frigorífico tem capacidade instalada para o abate de entre 600 a 700 cabeças por dia. Situação da unidade é reflexo de uma longa criseO frigorífico que a JBS vendeu na Argentina para um consórcio financiado pelo governo de Cristina Kirchner, em 2012, está à beira de fechar suas portas. Adquirido por uma sociedade formada por 15% de capital privado e 85% do Estado, província de Entre Rios e o município de San José, o frigorífico homônimo foi o único das seis unidades do grupo na Argentina que foi vendido após a crise que abateu o setor entre 2008/09.

O San José, rebatizado como Processadora Pecuária Entrerriana S.A, “não está funcionando todos os dias, e se continuar assim, não vai ter outro remédio que fechar as portas, como aconteceu com outros”, afirmou o secretário geral da Federação de empregados da Indústria da Carne, Alberto Fantini, ao jornal La Nación. O frigorífico tem capacidade instalada para o abate de entre 600 a 700 cabeças por dia e a situação da unidade é reflexo de uma longa crise, iniciada em 2007, com a imposição de cotas para exportações, elevados impostos e preços controlados.

À intervenção oficial somou-se a uma acentuada estiagem em 2008. E, em 2009, a crise se instalou no país. Os pecuaristas liquidaram as fêmeas em idade reprodutiva, afetando o volume do rebanho nacional, e migraram para o cultivo de soja e outros mais rentáveis. Com a intenção de aproveitar a generosa fatia de 28 mil toneladas da cota Hilton, a porção permitida para exportação de carne bovina à Europa com alíquotas preferenciais, a JBS chegou à Argentina em 2006, pouco antes das medidas oficiais de controles.

Em 2010, a JBS fechou o San José e outras quatro unidades. Apenas uma, de produtos processados, está em operação. Desde que a crise começou, 125 frigoríficos fecharam suas portas. Segundo Fantini, entre 13 mil a 15 mil operários perderam seus postos de trabalho. No ano passado, a presidente Cristina Kirchner anunciou a redução da alíquota dos impostos de exportações, de 15% a 5%, para a indústria de carnes processadas.

Porém, a medida não favoreceu o setor para recuperar o vigor. De acordo com a Câmara Argentina da Indústria de Carnes (Ciccra), o país perdeu competitividade, especialmente pela cotação do câmbio defasado. Outra empresa brasileira no país, a Marfrig, anunciou, no início do ano, que vai fechar duas unidades.

Nos primeiros cinco meses de 2013, as exportações argentinas de carne recuaram 10,3%, na comparação com igual período do ano passado, enquanto o consumo interno de carne bovina foi o maior desde 1960 e absorveu 93,2% da produção, segundo a Ciccra. O consumo per capita também aumentou 7,3%, a 60,7 quilos.

Agência Estado
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