De acordo com o representante da indústria, a alteração representará um ganho total de 66,66% nos casos em que o animal atingir bonificação máxima. Com a mudança, o Frigorífico Silva pretende simplificar o processo e facilitar a compreensão e memorização pelo produtor, além de oferecer a mesma remuneração dos machos para as fêmeas que forem enquadradas no programa.
Parceiro da Associação Brasileira de Angus desde 2009, o Frigorífico Silva é um dos pioneiros no que diz respeito à valorização de machos e fêmeas na mesma base de preço no Estado do Rio Grande do Sul.
? Este é um importante passo na direção ao fortalecimento de nossa relação com os fornecedores de animais angus de qualidade. Acreditamos no programa e no engajamento do produtor na criação dos animais. Com esse aumento, além de ampliar nossa fatia no mercado, esperamos dobrar o abate de animais inseridos no programa, que hoje beira a mil carcaças por mês ? explica Soccal.
O diretor do Programa Carne Angus Certificada da entidade, Reynaldo Salvador, ressalta que a nova tabela vai ao encontro dos interesses do produtor rural.
? É a indústria sinalizando que o pecuarista deve investir em genética de qualidade para produção de carne angus. Além dessa valorização, o frigorífico bonifica também fêmeas e suas cruzas, fazendo delas um novo nicho de mercado ? diz.
Para o coordenador do programa de certificação, Fábio Medeiros, o novo sistema de premiação representa um indicativo da melhora nas relações de mercado entre indústria e produtor rural.
? A demanda e valorização crescente pelo consumo de carne angus certificada tem permitido a valorização da raça em todos os elos da cadeia produtiva. Na indústria, as premiações para machos já chegam a 10% e para as fêmeas próximo a 16%, dependendo da diferença de base entre os sexos. Sem dúvida, temos um avanço e mais uma demonstração de que a produção de animais angus de qualidade é o caminho certo a seguir ? aponta Medeiros.
Um exemplo do quanto essa mudança na tabela de bonificação significará ganho adicional ao pecuarista que produz em maior escala pode ser observado na alteração das regras de premiação paga aos novilhos angus e cruza da raça, jovens com até dois dentes de leite. A partir de agora este mesmo novilho que recebia um adicional de 4% aos 220 quilos passa a receber 7%, com a vantagem de poder ser abatido aos 200 quilos.