A Fator Corretora informa que os frigoríficos produtores de carne bovina que conseguiram diversificar sua clientela internacional e estão melhor posicionados para atender à crescente demanda da China devem apresentar melhor desempenho no cenário externo. Em relatório, a corretora analisa a queda nos embarques deste ano e as perspectivas para os próximos meses, após encontro com o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio.
No documento, a corretora aponta que a exportação de carne bovina do Brasil caiu 18,3% em faturamento em dólar e 11,7% em volume entre janeiro e outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. “Apesar da reabertura do mercado chinês, as vendas externas do Brasil em 2015 foram negativamente impactadas pelo menor volume de vendas à Rússia, Venezuela e Hong Kong”, afirmam os analistas Caio Moreira e Juliana Heimbeck. A Fator destaca, porém, que o Brasil tem empreendido esforços para abrir novos mercados nos próximos anos.
Os analistas explicam que a China tem reforçado o controle sobre as importações vindas de Hong Kong, o que fez o principal parceiro comercial do país reduzir compras de carne bovina. “No entanto, os embarques têm se recuperado, o que indica que a abertura da China à carne bovina brasileira não implica necessariamente redução dos volumes dirigidos a Hong Kong”, observam. À corretora, Sampaio, da Abiec, disse que a média mensal de vendas à China em 2016 pode alcançar 20 mil toneladas.
O diretor executivo da associação também acredita que a Rússia tem gradualmente retomado suas compras, dada a necessidade de recompor estoques e a melhora de sua economia. “Em compensação, a Venezuela é menos previsível e compras podem continuar escassas no futuro próximo”, observam os analistas, ponderando a necessidade de diversificar parceiros comerciais neste cenário.
A Fator afirma que o cenário de oferta global de carne bovina é desafiador e considera bem-vinda a possibilidade de mais países abrirem seus mercados à carne in natura nacional. Segundo a corretora, os principais países com os quais a Abiec tem negociado, e que podem iniciar comércio já em 2016, são Canadá, México, Japão, Coreia do Sul, Kuwait, Qatar, Bahrein e nações do Sudeste Asiático.