Atualmente dez frigoríficos estão em recuperação judicial, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Dezenas de outros estariam seriamente endividados. A crise teve início em 2007, com a diminuição das vendas para a União Européia. As conseqüências ainda afetam as relações comerciais entre produtores e indústria.
? O frigorífico está sem capital de giro, mas precisa ter para pagar à vista o produtor, que não vai vender a prazo para o frigorífico em situação debilitada ? explica o diretor executivo da Abiec, Otávio Cansado.
De acordo com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os frigoríficos acumulam R$ 1 bilhão em dívidas com os pecuaristas. A entidade calcula que a crise do setor impede a geração 80 mil empregos diretos.
? Precisamos achar meios. E é isso que viemos colocar ao ministro. As pequenas e médias industrias precisam ser beneficiadas com alguma coisa do governo. Que tenham apoio financeiro, estratégico para exportação. Enfim que possam viabilizá-las e que não tenham a necessidade de entrar em recuperação financeira ? afirmou o diretor de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.
O ministro da Agricultura informou que está tratando do tema com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e também o Ministério da Fazenda. Até o final desta semana, o setor deve encaminhar ao governo um demonstrativo detalhando a situação das empresas afetadas e os aspectos sociais da crise.