De acordo com o diretor agropecuário da Aurora Alimentos, Marcos Zordan, houve uma queda de 8% no volume esperado para este mês. A empresa está recolhendo cerca de R$ 1,2 milhão de litros de leite por dia, quando o esperado era a marca diária de R$ 1,3 milhão de litros.
? A geada matou o pasto da região ? explica Zordan.
De acordo com o observador meteorológico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) em Chapecó (SC), Francisco Schervinski, do dia 4 a 8 de julho, houve formação de geada diariamente, com temperaturas inferiores a 1ºC. Os engenheiros agrônomos Gilberto Curti e Mário Miranda, também da Epagri, confirmam que as pastagens foram prejudicadas pelo excesso de frio na região.
Na Cabanha Monte Alegre, em Chapecó, cerca de 50 hectares de pastagem foram queimados pela geada. Os pastos, que antes eram verdes, ficaram amarelos.
? Para não diminuir a produção, tivemos que aumentar um quilo de ração por vaca por dia ? explica o administrador da parte leiteira da cabanha, Ademir Nonnemacher.
O problema é que a medida aumenta o custo de produção em 20%. Além disso, há também um consumo maior de silagem que, devido ao inverno rigoroso, pode terminar antes do previsto.
? Vamos adiantar o plantio de milho para suprir uma possível falta ? afirma Nonnemacher.
Reflexo também nos supermercados
O aumento do custo aos produtores também se refletiu nos supermercados, onde o litro de leite longa vida está ultrapassando a marca de R$ 2.
Zordan, da Aurora, reconhece que houve um aumento no preço do leite, mas não prevê mais aumentos para o consumidor no curto prazo, pois isso iria retrair o consumo.