Com a saída do órgão dos trabalhos de campo, o citricultor será o único responsável pelas ações obrigatórias de vistoria de pomares e erradicação de plantas contaminadas com greening, considerada a principal praga dos citros, por não ter cura nem manejo. A fiscalização está prevista na Instrução Normativa 53, do Ministério da Agricultura.
A inspeção, obrigatória a cada trimestre, deve ser informada por meio de um relatório entregue duas vezes por ano à Secretaria de Agricultura. A fiscalização sobre o cumprimento das normas pelos produtores seguirá com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que até então contava com o apoio do Fundecitrus.
O secretário de Agricultura de São Paulo informou, por meio de sua assessoria, que com o crescimento do porcentual de citricultores que fazem inspeção e entregam os relatórios a cada semestre “é possível que o Fundecitrus e a própria Secretaria atuem mais no conhecimento das doenças e formas de combate, capacitando o produtor para o manejo sanitário do seu pomar”. Sampaio espera que 80% dos citricultores tenham entregado os relatórios obrigatórios neste semestre, cujo prazo acabou na última sexta-feira, dia 15.
Após a decisão do Fundecitrus, as ações de vistoria e erradicação dos pomares não irão constar do convênio entre Secretaria de Agricultura e o Fundecitrus, a ser renovado este ano. O acordo irá prever apenas ações de pesquisa para combate às doenças, capacitação e comunicação com o produtor.
Além de deixar para o produtor as ações contra o greening, o maior impacto da decisão do Fundecitrus será econômico. Deve haver uma queda de 80% no orçamento anual da entidade, que sairá de R$ 50 milhões em 2009 para R$ 10 milhões a partir de 2010. Já o quadro de inspetores será reduzido de 1.400 funcionários para algo entre 150 e 200.