Fundecitrus deixa ações de campo de defesa vegetal em São Paulo

Citricultor paulista será responsável por ações obrigatórias de vistoria e sanidadeO Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) informou oficialmente ao secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, que deixará as ações de campo de defesa vegetal no Estado, entre elas vistorias e erradicações de pomares com doenças.

Com a saída do órgão dos trabalhos de campo, o citricultor será o único responsável pelas ações obrigatórias de vistoria de pomares e erradicação de plantas contaminadas com greening, considerada a principal praga dos citros, por não ter cura nem manejo. A fiscalização está prevista na Instrução Normativa 53, do Ministério da Agricultura.

A inspeção, obrigatória a cada trimestre, deve ser informada por meio de um relatório entregue duas vezes por ano à Secretaria de Agricultura. A fiscalização sobre o cumprimento das normas pelos produtores seguirá com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que até então contava com o apoio do Fundecitrus.

O secretário de Agricultura de São Paulo informou, por meio de sua assessoria, que com o crescimento do porcentual de citricultores que fazem inspeção e entregam os relatórios a cada semestre “é possível que o Fundecitrus e a própria Secretaria atuem mais no conhecimento das doenças e formas de combate, capacitando o produtor para o manejo sanitário do seu pomar”. Sampaio espera que 80% dos citricultores tenham entregado os relatórios obrigatórios neste semestre, cujo prazo acabou na última sexta-feira, dia 15.

Após a decisão do Fundecitrus, as ações de vistoria e erradicação dos pomares não irão constar do convênio entre Secretaria de Agricultura e o Fundecitrus, a ser renovado este ano. O acordo irá prever apenas ações de pesquisa para combate às doenças, capacitação e comunicação com o produtor.

Além de deixar para o produtor as ações contra o greening, o maior impacto da decisão do Fundecitrus será econômico. Deve haver uma queda de 80% no orçamento anual da entidade, que sairá de R$ 50 milhões em 2009 para R$ 10 milhões a partir de 2010. Já o quadro de inspetores será reduzido de 1.400 funcionários para algo entre 150 e 200.