A ABPA, criada oficialmente nesta segunda, dia 24, reúne 132 associados (117 da Ubabef e 21 da Abipecs), 13 Câmaras Setoriais, Produto Interno Bruto (PIB) total de R$ 80 bilhões, gerando 1,756 milhão de empregos diretos e quase US$ 10 bilhões em exportações (dados 2013) – 10% da balança comercial do agronegócio brasileiro. As conversas para fusão das duas associações começaram há dois anos.
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– A decisão, a votação, tudo foi unânime. São as duas proteínas mais consumidas no mundo. Nós nascemos abençoados: estamos olhando para frente – declarou Francisco Turra, o novo presidente da entidade e ex-presidente executivo da Ubabef.
O diretor executivo global de Assuntos Corporativos da BRF e membro do trabalho do grupo que realizou os estudos de viabilização da ABPA, Marcos Jank, disse que o dia é histórico.
– Estou participando desse processo desde que entrei na BRF, no final do ano passado. São proteínas presentes no Brasil e no Exterior. As empresas, os sistemas de integração, distribuição são comuns, ou seja, há uma história em comum – disse.
Para Jank, o mais importante na fusão é o fortalecimento da cadeia.
– A ABPA nasce como uma entidade mais forte, mais representativa. É um dia para ser comemorado de todos os lados da cadeia. Vamos também maximizar os recursos, tanto de áreas tributárias, de viagens ao Exterior. Vai ser um processo rico – declarou.
A BRF foi a empresa que mais defendeu a fusão, na época representado pelo ex-executivo da BRF, Wilson Mello.
Metas
O vice-presidente de aves da Associação Brasileira de Proteínas Animais (ABPA), Ricardo Santin, disse que é meta da nova entidade ampliar os mercados para o frango nacional de 155 para 170 em 2020, aumentando de 3,8 milhões de toneladas vendidas no exterior em 2013 para 5 milhões de toneladas e atingir receita de US$ 10 bilhões, ante os US$ 8 bilhões atuais.
– Continuaremos buscando abrir mercados da Ásia, como Malásia e Indonésia; e da África, como África do Sul. E continuaremos com a mesma fidelidade para com os mercados islâmicos, mesmo que eles não consumam carne suína – afirmou Santin.
O vice-presidente de suínos, Rui Vargas, não fez projeções, citando apenas a intenção de manter os esforços para ampliar mercados como Coreia do Sul, África do Sul e países da União Europeia.
– Queremos ter alternativa de exportação para não ficarmos refém de um país só. E a prioridade que vamos ter também é a sanidade animal, para não ter qualquer tipo de resíduo em nossa carne – declarou.
De acordo com ele, 2014 será “o ano dos suínos”.
– Estamos com a produção estabilizada e oferta bastante aquecida. Estamos vendo as vendas para Rússia crescerem e, no mercado doméstico, teremos Copa, que pode impulsionar consumo.
Estrutura
A ABPA terá dois vice-presidentes setoriais: Ricardo Santin, ex-diretor de mercados da Ubabef, que fica como vice-presidente de aves e Rui Vargas, ex-presidente da Abipecs, como vice-presidente de suínos. A meta da entidade é passar de 70 mercados abertos para suínos a 80 mercados e de 155 a 170 mercados para aves até 2020, além de ampliar o número de associados de 132 associados para 170 filiados.
Repercussão
Mais cedo, antes do anúncio oficial da fusão, o ministro da Agricultura, Neri Geller, havia dito que vê a nova entidade de forma positivida, pois todo fortalecimento do setor é importante para o país.
– Já somos grandes parceiros. Vemos a fusão com muita tranquilidade e eles vão participar das discussões do Plano de Safra. Esse movimento é importante diante da agregação de valores. Vamos dar atenção para a agroindústria, principalmente para fazer abastecimento organizado dos grãos – reforçou.
• Veja o comentário de Marcos Jank, membro do Conselho da ABPA