? Levei tudo para Mato Grosso, vou desmanchar a fazenda pra plantar trigo e soja. É o perfil da região, a terra é própria para isso ? relata.
O movimento tem sido constante no norte do Estado, o gado dá lugar a culturas como cana, soja e milho. De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o rebanho que era de mais de 300 mil cabeças há cerca de dez anos, já sofreu redução de 40%.
Quem regula é o mercado, avalia o supervisor técnico da secretaria, Carlos Alberto Bonezzi. Outras regiões como o sul e o oeste do Estado concentram o rebanho de corte, enquanto o norte se especializa em agricultura.
? Isso vem acontecendo, porque o preço da soja, do milho, vem se mantendo, a cana também tem crescido e o produtor faz suas escolhas.
A cadeia produtiva tem buscado alternativas como o consórcio agricultura pecuária em confinamento. O produtor Pedro Bortolloto explica que o sistema de criar gado apenas no pasto levaria três anos e meio para o abate os animais e com o confinamento esse tempo cai para a média de 20 meses.
? A gente ocupa a terra o ano todo e garante uma boa renda ? ressalta.
Esse sistema garante ganhos com carne, semelhantes ao das culturas agrícolas.
? O produtor mantém a terra ocupada o ano todo e ainda faz pastagem para o inverno. Paga tão bem quanto uma safra de milho ? conta o zootecnista da Emater, Geraldo Moreli.
Os preços da arroba perto dos R$ 100 já vem despertando o interesse pela a produção de proteína animal. Um retorno dos grandes rebanhos na região, não está totalmente descartado.
? Se o cenário mudar, sim o gado pode voltar ? garante Bonezzi.