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Galinha caipira: mandioca e moringa se tornam alternativas ao milho

Pesquisador afirma que produtos podem substituir tanto o grão quanto o farelo de soja

Fonte: Emater/Divulgação

Produtores dos assentamentos Paiolzinho e Tamarineiro II, a cerca de 25 quilômetros da área urbana de Corumbá (MS), tentam iniciar uma criação de frango caipira para suprir um nicho de mercado da cidade, porém, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), eles encontram um entrave na hora de achar alimentos para os animais. Além de ser difícil produzir milho na área, comprar este insumo também sai caro em função do frete. “O farelo de soja também é difícil de obter na região. E galinhas e frangos se alimentam, basicamente, de milho e soja”, explica o pesquisador Frederico Lisita.

Pensando nessa deficiência, Lisita ministrou uma palestra no local para apresentar a moringa e a mandioca como alternativas de alimentos para os animais. De acordo com o pesquisador, o frango caipira leva cerca de seis meses para atingir o peso de abate (em torno de 2,5 quilos) quando alimentado apenas com milho, porém, com os demais produtos, esse tempo diminuiria para 90 dias. “O tempo cai para a metade com um manejo alimentar que esses produtores têm condições de produzir aqui na região”.

Mandioca

Segundo Lisita, a mandioca é um alimento energético que pode substituir, em parte, o milho. “É uma cultura tradicional com a qual os agricultores já têm o costume de trabalhar aqui”, diz. Para utilizá-la na ração do frango caipira, o pesquisador recomenda triturar a raiz com uma picadeira de forragem e deixá-la secar ao sol. “Quando ela atingir em torno de 15% de umidade, a gente mói esse material e a farinha resultante está pronta para ser utilizada como ingrediente da ração”, afirma.

Ele ressalta que a mandioca utilizada no processo deve ser aquela que não tem mais serventia para o consumo: pode ser tanto o produto que não foi vendido na feira quanto a raiz que passou do ponto de colheita. “A ideia é trabalhar com aquelas raízes que não estão mais cozinhando”, diz. “Essa mandioca que iria estragar pode ser triturada, secada e conservada durante muito tempo. Ela pode ficar um ano assim, sendo usada para a ração”.

Moringa

Essa planta originária da Índia tem altos teores de proteína nas folhas e é fácil de produzir, de acordo com o pesquisador. “A gente colhe talos finos e folhas, tritura e deixa secar ao sol para incluir na ração. Mas a moringa também pode ser cortada e fornecida in natura, à vontade, para esses frangos. Ela vai substituir, em parte, o farelo de soja por ser uma forrageira proteica”, afirma.

Lisita ressalta as qualidades da moringa, cuja proteína se assemelha muito à de origem animal. “Ela é considerada um alimento de alto valor biológico – inclusive para humanos. É recomendada para mulheres em lactação, para pessoas com deficiência de proteína e até deficiência de minerais, porque é um alimento muito rico em ferro e cálcio”. Ele acrescenta que a planta ainda pode ser “usada para alimentar vários outros animais, como cavalos, bovinos, suínos, caprinos. Então, o custo é muito baixo”.

Tanto a moringa quanto a mandioca trazem benefícios também nos gastos com a alimentação. “A mandioca que seria jogada fora se transforma em matéria prima. A única despesa que o produtor vai ter é com a própria mão de obra”, informa.

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