Na visita de nove dias, que incluía outras atividades, o diplomata aproveitou para conhecer de perto a estância onde são criados três mil animais, sendo 1.560 fêmeas e 500 machos P.O. da raça simental, além de mil fêmeas com sangue simental e exemplares das raças angus e wagyu.
– A procura do governo do Malaui por essa raça se deve justamente pela dupla habilidade, de corte e leite, e também pela docilidade dos animais – afirma o proprietário da Santa Terezinha, o criador Eduardo Borges de Assis.
Características capazes de transformar o cenário atual do Malaui, onde o gado – a informação sobre o número exato de cabeças existentes no país não é atualizada -, de uma maneira geral, é sem raça definida (com sangue de zebuíno), de baixa estatura e pouco dócil.
Entre o sorver de um chimarrão e a apreciação de um almoço tipicamente gaúcho, com churrasco, Moto ouviu o projeto preparado pela Santa Terezinha para a melhoria do rebanho do país africano.
– Podemos ajudar por meio da aquisição de animais vivos, de embriões, doses de sêmen e de assessoria técnica – explica Assis.
Com um perfil essencialmente agrícola e de pequenos agricultores, a produção do Maluai – com destaque para café, chá, açúcar e tabaco – ainda é bastante básica, sem valor agregado. Por isso, a proposta do governo local, conforme a embaixada malauiana no Brasil, é fomentar o desenvolvimento do setor.
As atenções para as experiências bem-sucedidas do agronegócio brasileiro ganharam força com a homologação, há cerca de um mês, pelo Senado, de um acordo de cooperação assinado pelos dois países em 2009. Outro fator que pode contribuir para o intercâmbio de iniciativas é o fato de Brasil e Malaui terem um clima tropical bastante parecido.
– O embaixador saiu muito entusiasmado com o que viu – afirma Assis, sobre as perspectivas de fechar um acordo com o país africano.