– Os ovinos devem ser banhados estrategicamente para controle de piolhos e sarna duas vezes seguidas, com intervalo de duas semanas. Neste caso, a eliminação dos parasitas externos deve constituir-se no objetivo principal na programação de qualquer tratamento – explica o coordenador técnico da Câmara Setorial da Ovinocultura da Secretaria da Agricultura, médico veterinário, José Galdino Garcia Dias.
De acordo com o profissional, o tratamento deve ser realizado durante o mês de abril e todos os produtores de ovinos do Estado são obrigados a fazer, no mínimo, um procedimento. Dias aponta que quem verificar infestação no rebanho deverá fazer dois tratamentos com intervalo de 12 a 15 dias. Segundo o especialista, o uso de boas técnicas de manejo, a correta preparação dos banhos e o controle permanente dos animais são fatores essenciais num programa de erradicação dos ectoparasitas.
O veterinário destaca a importância de os produtores banharem todos os animais ao mesmo tempo, sendo ideal que a data coincida, aproximadamente, com a data do banho das propriedades vizinhas. Desta forma, área toda poderá ser considerada limpa.
– Embora a maioria dos produtores prefira banhar seus animais imediatamente após a tosquia, pela facilidade que apresenta no manejo geral da fazenda, teoricamente a melhor época é quando a lã apresentar uma boa altura, pois com a lã alta tem melhor ambiente para os piolhos se criarem – diz.
Outro ponto ressaltado por Dias é que deve-se considerar que, nesse período, as feridas decorrentes dos cortes durante a tosquia estão cicatrizadas. Isso evita a possibilidade de contaminação durante o banho. Além disso, conforme ele, a gordura que recobre a fibra de lã tende a secar, permitindo uma melhor penetração do inseticida. Este, junto ao maior comprimento da lã, permite um maior tempo de proteção.
Dias lembra ainda que a maioria dos preparados comerciais apresenta um poder residual curto, que deixa os animais protegidos por aproximadamente duas a três semanas após o banho, quando as lêndeas eclodem. Daí a necessidade de um segundo banho para combater um surto de piolheira.