Governo anuncia criação de comissão em benefício da suinocultura brasileira

Grupo deve ser formado por técnicos dos governos estaduais e representantes da cadeia produtivaO baixo valor pago pelo quilo do suíno foi tema de reunião nesta quarta, dia 13, em Brasília, entre representantes da cadeia produtiva, parlamentares e o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. O setor pede a interferência do governo federal na recuperação dos preços. O Ministério da Agricultura, por sua vez, anunciou a criação de comissão formada por técnicos dos governos estaduais e a cadeia produtiva. A primeira reunião está marcada para o dia 27 de junho.

– Eu tenho certeza de que, se o governo se empenhar um pouco mais, se houver uma redução de carga tributária, e principalmente uma política de garantia para o produtor, para o produto, em termos de preço mínimo, nós conseguiremos acertar esse setor no país. O que está acontecendo hoje é que o suinocultor trabalha para perder dinheiro – afirma o senador Paulo Bauer (PSDB-SC).

De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), a situação dos produtores independentes é pior do que a vivenciada pelos integrados. Em Mato Grosso, eles chegam a receber R$ 1,45 pelo quilo do suíno vivo, enquanto o custo de produção é de R$ 2,25. Portanto, há prejuízo de R $ 0,80 para cada quilo de animal.

Dívida rural no Rio Grande do Sul

O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirma que Mendes Ribeiro Filho determinou a criação de uma força-tarefa para levantar a situação de endividamento dos produtores rurais do Rio Grande do Sul e elaborar uma proposta de alongamento do perfil da dívida. Segundo Heinze, o levantamento deve ficar pronto na próxima semana e a proposta será encaminhada pelo ministro à presidente Dilma Rousseff, para que as medidas sejam aprovadas antes do anúncio do Plano de Safra.

Na opinião do deputado, as medidas anunciadas até agora pelo governo para amenizar as perdas com a seca não resolvem a situação dos produtores, que vêm acumulando dívidas desde a estiagem de 2005.

– Desde lá houve quatro eventos de preços baixos e frustração de safra – diz.

As lideranças rurais do Estado pedem prazo mais longo para pagamento das dívidas de custeio e investimento das lavouras de arroz e soja. Eles querem incluir nas negociações as dívidas dos produtores de maçã e dos criadores de gado de corte e leiteiro. No caso da suinocultura, os produtores pedem alongamento da dívida e financiamentos para retenção de matrizes, a fim de preservar a qualidade do plantel.
Segundo Heinze, a dificuldade de comercialização da carne suína forçou o fechamento de várias granjas nos estados do Sul e muitas outras estão à beira da falência. Ele diz que “a conta não fecha”.

– É muita oferta para pouca procura, o que força a queda no valor pago. O governo precisa intervir por meio de um programa de compras para os estoques públicos e garantir preço mínimo ao produtor – defende.