Ele explicou que a questão do embargo russo aos produtos desses três Estados está superada e que a retomada dos embarques dependeria apenas de os frigoríficos se adequarem às normas do serviço sanitário russo.
– Não é mais uma questão sanitária e sim comercial – disse o secretário.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, no entanto, rebateu as afirmações dizendo que as restrições impostas pelos russos não são apenas uma questão de mercado.
– Não se trata de negociação de preços e sim de barreira sanitária – declarou.
Vários frigoríficos gaúchos, paranaenses e mato-grossenses, que são habilitados pelo serviço sanitário russo, estão sob “restrição temporária” desde junho de 2011, impedidos de exportar.
Camargo Neto fez a declaração ao comentar as justificativas do Ministério da Agricultura de que o embargo da Rússia é uma questão superada desde o fim do ano passado, quando numa reunião em Moscou, as autoridades sanitárias russas comunicaram que não havia restrição aos Estados e sim aos frigoríficos das localidades.
O vice-presidente da República, Michel Temer, também não considera o assunto concluído. A questão do embargo deverá entrar na pauta de negociações nesta quarta, dia 20, durante a reunião de Temer com o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medved. O vice-presidente poderá condicionar a compra de equipamentos russos da área de defesa à reabertura de mercado para a carne dos três Estados. A Rússia está entre os maiores compradores da carne bovina e suína brasileira.