Rojas ressaltou que quando os técnicos sanitários foram fazer a vacinação nos animais da propriedade encontraram diferença no número de cabeças de gado.
Por outro lado, o proprietário da estância, Gustavo Trugger, quer uma indenização de 1,9 milhão de guaranis (o equivalente a cerca de R$ 793,00) para cada um dos animais que deverão ser sacrificados. Trugger responsabiliza as autoridades sanitárias e diz que um “excesso de vacinas” pode ser a causa do surto da doença. E declara que não permitirá que animais sejam sacrificados sem compensação financeira.
– Terão que me matar primeiro no curral e depois sacrificar minhas vacas – afirma.
O pecuarista ainda acusa o governo de não ter lhe oferecido assistência adequada quando solicitado.
– Não prestaram atenção a mim, porque não estou afiliado à elite da Associação Rural do Paraguai. Cumpri o programa de três vacinas por ano aos animais e ainda assim a doença apareceu – enfatiza.
Rojas, por sua vez, ressalta que a responsabilidade pela vacinação do gado é do proprietário. Ao governo, segundo ele, cabe apenas verificar se ela deve ou não ser feita.
O foco de febre aftosa foi confirmado nessa segunda, dia 2, pela agência de saúde na estância de Nazaré, distrito de San Pedro, que tem 154 bovinos. A propriedade fica a 20 quilômetros de onde outro foco da doença foi detectado, em setembro do ano passado.
A recorrência da aftosa coloca em risco o mercado pecuário e ameaça outros criadores.
Em nota oficial, o Senacsa informou que “está adotando todas as medidas pertinentes ao caso, segundo estabelece o Manual de Procedimentos de Atenção a Focos do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa”.
Antecedentes preocupantes
18 DE SETEMBRO
O Paraguai, que desde 2006 tinha o status de país livre da aftosa com vacinação, confirma foco da doença em uma propriedade a 130 quilômetros da fronteira com o Brasil, no departamento de San Pedro. As suspeitas, no entanto, existiam há ao menos 20 dias.
25 DE SETEMBRO
Autoridades sanitárias encerram o abate de mil bovinos na fazenda.
29 E 30 DE NOVEMBRO
Durante reunião extraordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), no Rio de Janeiro, o Paraguai assegura que a situação está controlada e não há novos focos.
2 DE DEZEMBRO
O Brasil volta a permitir a importação de carne paraguaia.
29 DE DEZEMBRO
O governo paraguaio confirma o fim da emergência sanitária, levantada 15 dias antes pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Anima (Senacsa).
30 DE DEZEMBRO
O Senacsa informa a nova suspeita no departamento de San Pedro. O dono da propriedade admitiu que cerca de 170 bovinos apresentavam sintomas semelhantes à aftosa há 26 dias.
SEGUNDA, DIA 2
A propriedade é interditada, e o novo foco de aftosa é confirmado.
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Confira a localização do distrito de Piri Pukú, na região de San Pedro:
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