O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, que participou do encontro, afirmou que o governo descartou a continuidade das vendas a R$ 21/saca, pois já foram comercializadas as 200 mil toneladas previstas para a região Sul, no programa de emergência destinado aos pequenos criadores das áreas onde houve quebra de safra de milho, provocada pela estiagem no início deste ano.
Segundo Lopes, os criadores pediram ao governo que ofertasse milho dos estoques oficiais a R$ 25/saca nas operações de venda balcão no Rio Grande do Sul, mas a proposta não foi aceita. Ele afirmou que o ministro sinalizou com a possibilidade de negociar com a área econômica do governo vendas a R$ 28/saca, valor próximo aos R$ 29 do mercado ao produtor (também chamado balcão), mas bem abaixo dos R$ 33 do mercado disponível.
– É possível que o preço baixe. A Conab está trabalhando nisso. Nós esperamos que isso ocorra, porque o milho a R$ 29,00 inviabiliza uma centena de produtores nos Estados do Sul e do Nordeste – sinalizou Lopes.
Os suinocultores e avicultores gaúchos afirmam que precisam de mais milho para manter a produção. Dezoito mil toneladas do grão estão disponíveis no Estado para pequenos produtores, e outras 30 mil devem chegar até o final do ano.
– Do ponto de vista de presença de milho físico, esse transporte seria quantitativamente suficiente até o final do ano. Nós estamos vendo ainda a possibilidade da diminuição do preço – apontou o deputado Elvino Gass.
Outra reunião que estava programada para esta terça com os criadores de Santa Catarina, que também reivindicam a continuidade das operações de venda balcão de milho, foi transferida para a próxima terça,dia 20. O encontro está sendo articulado pelo deputado federal Valdir Colatto (PMDB-PR).
Os criadores da região Sul querem que o governo mantenha as operações de venda balcão, a preços subsidiados, pelo menos até o final de janeiro, quando começa a entrar no mercado o milho da safra de verão, em fase de desenvolvimento nos campos, o que deverá amenizar a atual situação.
O pedido esbarra nos baixos estoques oficiais em poder da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que serão destinados prioritariamente para atender os criadores do Nordeste, que há mais de um ano sofrem com a escassez de chuvas, que pode se prolongar até o primeiro trimestre do próximo ano.