Até o momento, o posto é ocupado pela Rússia. No entanto, como reflexo do embargo russo às carnes brasileiras imposto neste semestre, o volume de embarques ao país caiu 44,52% no acumulado de 2011 – um montante de 123,567 mil toneladas. A receita foi 37,44% inferior, totalizando US$ 385,28 milhões.
Em contrapartida, às remessas a Hong Kong cresceram 33,01%, somando 120,161 mil toneladas de janeiro ao final de novembro. Em faturamento, o aumento foi de 66,12%.
A abertura do mercado chinês também é vista como alternativa para diminuir a dependência dos russos. Três frigoríficos foram habilitados para exportação neste ano. O país asiático é uma das prioridades para 2012.
Exportações em números
O total da receita das exportações brasileiras de carne suína cresceu 6,58%, passando de US$ 1,25 bilhão para US$ 1,33 bilhão. Já em volume, houve queda de 5,3%. Ao longo dos 11 meses do ano, o Brasil exportou 479,484 mil toneladas em comparação às 504,890 mil toneladas do mesmo período de 2010.
A Abipecs também traçou um perfil do desempenho das vendas externas em novembro. Ao longo do mês, houve aumento de 0,06% nas exportações de carne, passando de 43,008 mil toneladas em 2010 para 43,035 mil em 2011.
Em receita, as vendas externas do produto durante o mês cresceram 13,45% – atingindo US$ 130,61 milhões. Para comparação: em novembro do ano passado, o valor foi de US$ 115,12 milhões. Ao longo de novembro, também houve aumento de 13,38% no preço médio praticado.
Ainda em relação ao mês, as vendas para a Rússia caíram 82,41% em volume e 81,73% em valor. No período, o Brasil exportou para a Rússia 2,835 mil toneladas e faturou US$ 9,28 milhões.
Crescimento do mercado interno
De acordo com a Abipecs, o destaque foi o mercado interno, que absorveu quase 85% da oferta neste ano. Para 2012, a entidade espera que a disponibilidade de animais para abate, que cresceu 5% neste ano, cresça menos – em torno de 2%. A demanda deve se manter aquecida, valorizando o produto.
– Estamos em pleno emprego, um contingente de mais ou menos 46 milhões de pessoas que foram incorporadas na economia. Nós vamos ter no ano que vem um aumento de salário mínimo de 14%. Isso traz conseqüência no consumo de alimentos – prospecta o diretor de mercado interno da Abipecs, Jurandir Machado.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Marcelo Lopes, 2011 foi um ano complicado. A alta nos preços dos grãos pressionou os custos para cima, comprometendo a rentabilidade. O setor espera mais apoio do governo.
– Espero que o governo se sensibilize com a produção, pois 70% do nosso custo está no milho. Espero que a gente tenha respaldo, que não se exportem os grãos para que a gente tenha uma produção mais tranqüila – defendeu Lopes.
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