Incidência de greening dobra em dois anos nos pomares de SP

Doença afeta 36 mil talhões de pomares do Estado em 2010Levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) aponta que o greening (huanglongbing), considerada a pior doença da citricultura, afeta 36 mil talhões de pomares do Estado de São Paulo em 2010, aumento de 56,52% sobre os 23 mil talhões contaminados no ano passado. Em relação ao levantamento de 2008, quando 17,8 mil talhões estavam contaminados, a alta é de 102,24%, ou seja, a incidência mais que dobrou nos últimos dois anos. O Estado abriga a maior região produtora de laranja e é o

Cada talhão tem cerca de duas mil plantas cítricas. Em levantamento por amostragem realizado entre maio e julho por 170 inspetores, foram percorridos sete mil talhões. Em cada um deles, 10% das árvores foram inspecionadas. No total, 38,8% dos talhões apresentavam ao menos uma planta com greening.

A região paulista mais afetada pelo greening é a Central, com 61,7% dos talhões com ao menos uma planta contaminada em 2010, ante 33,1% de talhões com a doença no levantamento anterior. Os dados mostram o descontrole no avanço da doença na região, a primeira a registrar o greening no país. A região Central é ainda a que concentra o maior índice de árvores com sintomas: 3,5%.

A região Sul tem 44% de talhões contaminados em 2010, ante 36% no ano passado, quando liderava o ranking. No Sul, o índice de plantas doentes cresceu de 1,23% para 2% entre os períodos, de acordo com o Fundecitrus. Na região Oeste, o número de talhões que estão com greening saltou de 10% para 21,4% entre 2009 e 2010 e o de plantas sintomáticas de 0,06% para 0,34%.

A região Norte tinha 3,67% de talhões com a doença no passado e a incidência disparou para 16,4% dos talhões em 2010. Já as árvores com sintomas no norte do parque citrícola saiu de 0,03% para 0,39% entre os períodos. Na região Noroeste, a menos contaminada, tem 2,4% de talhões com greening em 2010, ante 0,10% no ano passado e as de árvores doentes subiram de apenas 0,0008% para 0,05% nos pomares.

A disparada do greening em São Paulo ratifica a decisão do Fundecitrus de deixar as ações de vigilância fitossanitária no Estado este ano, sob o argumento de que a doença estava fora de controle. Desde o início de 2010, o Fundecitrus faz apenas a orientação ao produtor para o controle do greening.

A legislação exige que o produtor faça no mínimo quatro inspeções anuais e entregue dois relatórios durante o ano. O produtor que não erradicar as plantas antes da fiscalização da CDA será penalizado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo com uma multa que varia de 501 a 3,5 mil Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESPs).