O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) reforçou o acompanhamento de propriedades no Norte do estado após a detecção de um caso de raiva bovina no mês de outubro.
O caso foi notificado no dia 13 do mês, seguido da confirmação laboratorial do exame realizado em um animal localizado no município de Colíder, no norte do estado. O diagnóstico foi dado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O animal morreu e outros dois, com resultado positivo para a doença, foram sacrificados.
Cerca de 170 propriedades localizadas em um raio de 12 quilômetros do local onde houve o caso têm recebido a visita de técnicos do Indea, que, até o momento, não identificaram novos casos na região. Os proprietários foram notificados a vacinar o rebanho bovino e todas as propriedades já realizaram a primeira dose da vacina. Outras estão administrando a segunda dose.
“Desde o início do ano foram notificados 31 focos de raiva em Mato Grosso. Em 2015 foram registrados 42 focos”, contabilizou a diretora técnica do Indea, Daniela Soares. “Ocorre em várias regiões de Mato Grosso, causando prejuízos para o setor”.
Estima-se que a doença acarrete prejuízos da ordem de US$ 200 milhões por ano à cadeia produtiva de bovinos. A morte do animal ocorre em aproximadamente dez dias do contágio. Há risco para a saúde pública, pois a doença pode atingir humanos que lidam diretamente com o rebanho.
A diretora do Indea alerta para que os produtores comuniquem a vacinação do rebanho bovino contra raiva nos escritórios credenciados, e em casos de suspeita, isole o animal do restante do rebanho o mais rápido possível.
Orientações
A raiva herbívora atinge mamíferos e animais silvestres. O principal transmissor da raiva é o morcego hematófago, que transmite o vírus pela saliva ao alimentar-se do sangue dos animais. Para identificar a ação dos morcegos é preciso estar atento aos sinais de sugaduras nos animais. Os morcegos costumam agir mais de uma vez no mesmo animal e local onde atacaram.
O fiscal do Indea, Ernani Machado, explica que o bovino não transmite a doença para o homem. “O boi não morde. Ele desenvolve a doença e morre. No entanto, o contato da saliva do animal, seja cão ou gato ou mesmo do boi, com a pele ferida de uma pessoa contamina. Por isso é necessário todo cuidado e qualquer manipulação de medicamentos, inclusive, deve ser feito com luvas. Uma mordida do cão com a doença também afeta o homem e não tem cura, leva a óbito”.
O animal contaminado apresenta sintomas como apatia, isolamento do restante do rebanho, agressividade, andar cambaleante, dificuldade para engolir líquidos, paralisia dos membros, e outros.