Nesta edição, três mil marcas, de 1,1 mil expositores, vindos de 13 Estados brasileiros, que representam 90% da produção nacional, estão reunidos até esta quinta, dia 17, em São Paulo.
As empresas estão apostando em novos conceitos. É o caso do empreendimento de Carlos Kray, com fábrica no Rio Grande do Sul, que produz sapatos que reúnem conforto, resistência e estética com a matéria-prima brasileira.
– Os clientes gostam disso, porque tem aquela mão diferente da chinesa, que é simplesmente uma coisinha igual a outra, o produto não tem vida – explica o empresário.
Kray leva o couro brasileiro para a Ásia e lá fabrica os calçados, que são vendidos para Europa e Estados Unidos. Já o sapato vendido aqui tem produção nacional. Para alcançar competitividade, a expectativa do dirigente é dobrar a produção e o crescimento da empresa.
– Nos últimos três anos, crescemos 66% e, vamos combinar que de 2008 pra cá, só tivemos tempestades: Estados Unidos e Europa com problemas econômicos. Nós queremos produzir 800 mil pares 2013 – acrescenta Kray.
De acordo com a organização da Couromoda, o segmento teve um avanço de 6% em 2012. O mercado interno é responsável pela compra de mais de 600 milhões de pares de calçados.
– O Brasil continua persistindo nas suas vendas e vende para mais de 150 mercados ao redor do mundo. O país busca se reposicionar para fugir da concorrência asiática. É uma concorrência por preço – explica a diretora de comunicação da Couromoda, Ana Jussara Leite
A exportação da matéria-prima teve números satisfatórios em 2012, com uma movimentação de US$ 2 bilhões. Para este ano, o setor espera manter o mesmo índice de crescimento. O que pode ser um desafio é o embargo de carnes bovinas em países como a Rússia, pois a restrição pode pressionar os preços no mercado brasileiro.
– Não se têm hoje uma quantificação do quanto essa restrição poderia representar no abate. É verdadeiro que existe um bloqueio da compra da carne que faz com que haja pelo menos dois caminhos para o frigorífico: ou ele diminui o abate ou ele coloca mais carne internamente com um preço sensível à população – aponta o diretor executivo do Sindicouros, Alberti Skliutas.
Segundo ele, os fatores que contribuíram para a exportação de couro foram a desvalorização do real frente ao dólar e o forte trabalho realizado em conjunto com a Apex.