O Brasil comercializa 40 milhões de peles de couro por ano. Só em 2010, foram vendidas 27 milhões para outros países. O restante foi consumido internamente. Um dos mais modernos curtumes da América do Sul fica no município gaúcho de Estância Velha. O Estado lidera as exportações no ranking nacional.
Na empresa Peles Pampa, são produzidos seis mil couros por dia. Metade é de abate de gado do Rio Grande do Sul. A outra parte é de bovinos de outras regiões. Tudo é comercializado para três continentes. O proprietário reclama que a matéria prima foi monopolizada por multinacionais.
? Nos últimos anos principalmente pela monopolização que houve na fonte de matéria prima com a criação desses grandes grupos, grupos multinacionais de empresas brasileiras apoiados por investimentos do governo federal. Além de você concorrer com paises asiáticos você tem que concorrer com custos Brasil, hoje você tem além de ter enorme dificuldade em custos de logística, você tem fator antigo do setor que é uma questão de custos tributários ? relata o diretor geral da empresa, Leogênio Luiz Alban.
A exportação foi a solução encontrada para driblar a crise no setor interno. Mas não garante o lucro extra, é apenas uma forma de equilibrar as contas. Dois fatores são predominantes neste cenário.
? Na medida em que a nossa moeda está valorizada em relação ao dólar especialmente, isso tem feito com que nós tenhamos dois tipos de problema: de um lado dificuldade em exportar, e de outro lado somos vulneráveis a entrada de produtos estrangeiros. E isso esta ocorrendo a cada mês em maiores volumes com relação a calçado. Nós estamos sendo invadidos pelo sapato de couro chinês. Não fosse a competência do setor curtidor em encontrar um mercado especialmente de couro para estofados e automotivos nós estaríamos hoje diante de um sério problema de mercado para o setor ? conta o presidente da Associação das Indústrias de Curtume do RS (Aicsul), Moacir Berger de Souza.