Indústrias defendem pesticida suspeito de provocar morte de abelhas

Governo do Canadá deve implementar um sistema de licenciamento para uso de neonicotinoides já para a safra de 2015Em meio à crescente preocupação com o uso de pesticidas e sua possível relação com a morte de insetos polinizadores, como abelhas, indústrias químicas afirmam que restringir a proteção às lavouras limitaria a ação dos agricultores contra insetos.

Na província canadense de Ontário, há uma proposta do governo para proibir a utilização de uma classe de pesticidas conhecida como neonicotinoides. A medida exige que os produtores tenham uma licença para aplicar o produto, o que poderia dificultar um dos principais setores da região, afirmou Pierre Petelle, do CropLife Canada, que representa empresas como Bayer e Syngenta.

– Nosso principal temor é de que o governo coloque mais uma etapa desnecessária e burocrática para instalar um sistema que escolhe vencedores e perdedores, no que diz respeito a quais agricultores poderão usar a tecnologia – disse Petelle.

Há suspeitas de que a aplicação de neonicotinoides tenha provocado a morte de abelhas e outros insetos que polinizam um terço dos alimentos consumidos no mundo. O pesticida, que é utilizado em culturas como soja, canola, flores e vegetais, é proibido na Europa.

O órgão responsável pela administração da saúde no Canadá está reavaliando as condições de uso dos neonicotinóides, que foram acusados de ser a causa da morte de abelhas em lavouras de milho em Ontário e Quebec. Os pesquisadores dizem que a exposição à poeira Neonic-laden é letal para as abelhas e que o pólen contaminado enfraquece as colônias.

O governo do Canadá está negociando com indústrias do mel, representantes agrícolas e de produtos químicos, já que um sistema de licenciamento deve ser implementado, possivelmente, a tempo para a safra de 2015.

Brasil

No Brasil, uma audiência pública debateu, em julho de 2013, a alta mortalidade de abelhas devido ao uso de agrotóxicos, devido a um projeto que previa a suspensão da medida que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos neonicotinoides, em vigor no país desde 2012.

O problema vem sendo estudado no Brasil há pelo menos quatro anos. A audiência foi promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, na Câmara dos Deputados.

Agência Estado