As 13 semanas de testes em uma extensão de cem quilômetros (de Santana do Livramento a Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e de Rivera a Artigas, no Uruguai) resultou, no fim dos trabalhos, na coleta de 21% de massas inférteis (de moscas) nas 10 propriedades que participaram do trabalho.
Com este resultado, o grupo de pesquisadores da Secretaria Estadual da Agricultura e do Ministério da Agricultura acreditam que no máximo em 10 anos as moscas da bicheira ? responsáveis por US$ 1,3 bilhão de perdas anuais ? sejam exterminadas.
No próximo dia 31, na Expointer, em Esteio (RS), será realizado um evento para apresentar os resultados a autoridades ministeriais do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai e Comissão México Americana para erradicação da mosca bicheira.
? É neste evento que esperamos que seja traçado algum plano para a viabilidade de implantar o projeto de maneira efetiva. E precisamos da colaboração dos quatro governos porque, com a extensão de fronteira que temos no Estado, não adianta fazer o trabalho aqui e as moscas da bicheira que estão em campos uruguaios e argentinos adentrarem nossos campos ? explica o supervisor regional da Secretaria Estadual da Agricultura, Joal Pontes, coordenador do projeto.
Pontes destaca que uma das principais dificuldades para a implantação definitiva do projeto é o alto custo de transporte com a matéria-prima, as moscas estéreis. Para a etapa piloto, as pupas (moscas ainda em estágio de larva) vinham do México, onde o projeto já foi implantado e a mosca da bicheira não existe mais.
? O Ministério da Agricultura já aponta uma possível solução: poderíamos implantar uma biofábrica de moscas estéreis aqui no Estado. Isso ajudaria na viabilização do programa ? explica o coordenador, acrescentando que na Bahia existe uma biofábrica de moscas-da-fruta, onde a praga está praticamente erradicada.