Inseminação artificial e alterações na transferência de embriões prometem aquecer o mercado de cavalos crioulos

Mudanças aprovadas pela ABCCC ainda precisam ser referendadas pelo Ministério da Agricultura, mas já suscitam impacto significativo nas vendas da raçaSe a procura de novos criadores espalhados pelo Brasil afora tem ajudado a alavancar a oferta nas pistas de primavera, a liberação da inseminação artificial e as alterações nas regras para a transferência de embriões também prometem aquecer o mercado de cavalos crioulos. Aprovadas em assembleia da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), as mudanças precisam ser referendadas pelo Ministério da Agricultura. A expectativa é de que isso ocorra até o final de outubro, mas já s

? O animal superior foi valorizado porque não precisará mais esperar a campanha funcional ou morfológica para a fase de cria ? opina Euro Taborda Ribas, da Cabanha Pena Branca e um dos organizadores do II Leilão Caratuva.

Com a permissão para a inseminação artificial, surge também uma expectativa de que as compras fiquem mais acessíveis. O presidente da ABCCC, Manuel Luis Sarmento, pondera que pequenos criadores terão acesso ao sêmen, que é mais barato.

? O mercado vai aquecer ainda mais ? disse.

À frente da Cabanha Campana, de Bagé (RS), Mário Moglia Suñé vê outra vantagem, a possibilidade de os novos criadores terem acesso à genética de qualidade do Sul. Suñé fala com conhecimento de causa. Nos últimos dois anos, o remate Têmpera Crioula ? das cabanhas Campana, Cala Bassa e Convidadas ? esteve entre as maiores médias nacionais (R$ 42 mil em 2009 e R$ 39 mil em 2010). Por isso, o otimismo se mantém para o leilão deste ano, que será realizado no próximo dia 14.

Os organizadores do II Leilão Caratuva fizeram apostas em expoentes da raça como a genética campeã de Viragro Rio Tinto e acabaram dobrando o faturamento em relação a 2010, alcançando a soma de R$ 2,95 milhões, até o momento a maior deste ano, conforme a ABCCC. Levar para a pista uma genética de qualidade comprovada se justifica. O leiloeiro Fábio Crespo afirma que a motivação está na concorrência em termos de oferta e também no comprador, que “está muito seletivo”.

O resultado aparece nos números. O presidente da ABCCC lembra que a raça teve aumento de 1.000% no faturamento nos últimos 10 anos.

? Saímos de R$ 10 milhões em 2001 para R$ 100 milhões no ano passado ? declarou.

Depois de um 2010 de números recordes ? a venda de apenas dois animais superou a marca dos R$ 2 milhões ?, 2011 deve fechar com uma soma entre R$ 70 e R$ 80 milhões. Até o momento, a comercialização chegou a R$ 50 milhões.