Nas últimas três décadas, a produção de búfalos no Paraná foi reduzida em quase 50%. Atualmente, o rebanho de bufalinos no Estado envolve cerca de 28 mil cabeças, das quais três mil no litoral.
? Os produtores encontram dificuldades em manter a atividade rentável. A pesquisa vai possibilitar a abertura de mercado com um produto de elevado valor agregado para esses produtores ? disse o pesquisador do Iapar e médico veterinário, José Lino Martinez.
A fazenda do Iapar na Lapa tem um rebanho de 45 animais da raça Murrah, sendo que 14 vacas estão em ordenha, produzindo uma média de 80 litros por dia. O certificado assegura que as pesquisas desenvolvidas na fazenda experimental têm base na realidade dos produtores, buscando garantir que as tecnologias sejam geradas sob as mesmas condições e dificuldades que uma propriedade conduzida no sistema orgânico enfrenta no seu cotidiano.
A produção orgânica de leite de búfala da Lapa é enviada para o laticínio do produtor David Thiessen, de Morretes, para ser processada em forma de mussarela. Por ser um produto diferenciado, a expectativa é de que a mussarela consiga ser comercializada pelo dobro do preço do produto equivalente fabricado com leite de vaca.
De acordo com Martinez, a simplicidade na criação de búfalos pode levar aos produtores menos capitalizados a oportunidade de alcançar um mercado rentável. A produção de leite de búfalas proporciona um rendimento industrial elevado, com utilização de menos matéria prima no processamento. Para a produção de um quilo de queijo, são necessários seis quilos de leite de búfala, enquanto o mesmo produto fabricado com leite de vaca necessita de 9,2 quilos de matéria prima.
Segundo Martinez, a criação de búfalos é de fácil manejo e, ao contrário do que os produtores imaginam, não há necessidade de grande volume de água na propriedade. Os animais precisam de condições de sombreamento em regiões de temperatura muito elevada. Ele ainda destaca que a atividade tem grande potencial como opção de renda para a agricultura familiar.