O pecuarista Ricardo Merola, proprietário do local, investe na técnica há cerca de 25 anos. Com a certificação da fazenda, o criador garante até R$ 3 a mais por arroba de boi comercializado.
Nos últimos dois anos, Merola abateu 57 mil cabeças terminadas no confinamento. Até o fim de 2011, outras 28 mil vão ser enviadas para o frigorífico. A eficiência do negócio exigiu investimentos na estrutura, nos procedimentos, em tecnologia.
? Um confinamento deste tipo, completo, com curais, com terraplanagem, com galpões e com caminhões custa em torno de R$ 500 por animal instalado ? explica.
Para o professor da USP Flávio Portela, a excelência em tecnologia na pecuária exige mesmo muito investimento. Segundo o especialista, de modo geral, há, inclusive, uma defasagem entre o que está disponível no mercado (ou que foi desenvolvido em pesquisa) e o que está no campo ? ao contrário do que ocorre na agricultura.
? Os agricultores estão aplicando um pacote tecnológico muito próximo do conhecimento que já existe. A atividade exigiu isso deles, senão não se sobrevive no setor. No caso da pecuária é diferente. O custo de um hectare intensivo é de 10 a 12 vezes maior do que num hectare de soja ? analisa.
De acordo com Portela, somente a intensificação na propriedade de pecuária compensa. Para ele, se o pecuarista usar 20% de área com toda a informação tecnologia disponível, conseguirá multiplicar a produção.
A Interconf 2011 começou nesta terça, dia 13, em Goiânia (GO), e se encerrou nesta quinta, dia 15. Ao longo de três dias, reuniu especialistas e criadores para debater questões relacionadas ao agronegócio.