Interleite reúne representantes da cadeia produtiva do setor em Uberlândia

Simpósio é um dos mais importantes e tradicionais eventos da pecuária leiteiraA 10ª edição do Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite (Interleite), que ocorre na maior bacia leiteira do país, é um dos mais importantes e tradicionais eventos do setor, reunindo em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, representantes de toda cadeia produtiva do setor.

O simpósio que termina neste sábado, dia 21, está traçando os cenários do presente e do futuro da produção de leite. As cooperativas buscam espaço para crescer, e os produtores denunciam irregularidades na importação de leite em pó e soro dos Estados Unidos.

Nos últimos três meses, os produtores de leite viram os preços do litro caírem entre R$ 0,10 e R$ 0,15.  Os especialistas apontam excedente de produção e importações como causas deste cenário. O mercado internacional do leite é restrito, varia entre 5% e 7% perto dos 40 bilhões de litros, basta um aumento na produção para sobrar produto. 
O diretor da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios, Vicente Nogueira, mostrou que é necessário estimular as negociações com o mercado chinês, e ao mesmo tempo incentivar o consumo interno no Brasil que atualmente é de 150 litros por habitante ano, enquanto que nos países desenvolvidos passa de 247 litros. Vicente denuncia irregularidades na compra de leite em pó e soro dos Estados Unidos no mês passado.

Até 1991, a produção de leite no país estava sob a tutela do governo com intervenção direta nos preços. Agora, a cadeia produtiva do leite passa por um amadurecimento e parte para ações competitivas. As cooperativas representam o eixo deste novo modelo que pode fortalecer o setor.

O presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais, Jacques Gontijo Álvares, traçou o histórico dos últimos 15 anos, quando a produção dobrou de tamanho no Brasil. Em 1994, apenas 1% dos produtores tinham capacidade para entregar 500 litros por dia. Atualmente, esse índice supera 12%.  Jacques quer que o setor saia da defesa e parta para o ataque.  Desde o ano passado, estão sendo feitas negociações para unir as cooperativas, com a necessidade de mudar a legislação para que elas possam captar recursos no mercado de capital, atuar na qualidade, rentabilidade e gestão profissional, onde o cooperado é o controlador, mas a administração tem que ser profissional.