Busca intensa de touros e perspectivas promissoras para exportação de carne neste segundo semestre ? com a alta do dólar e a ampliação do mercado europeu ?, contribuem para o ânimo nesta primavera.
Segundo Júlio Barcellos, professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a segurança do negócio, que tem baixa rentabilidade, estará realmente garantida quando o investimento não comprometer mais do que 25% da renda com a atividade. O fato de a pecuária ter um ciclo longo, de pelo menos três anos, também permite uma boa capacidade de reação frente a adversidades.
? O pecuarista deve ser flexível, interferir no método de produção para manter a competitividade. Muitas vezes, o que aumenta o risco não é tanto o capital despendido, mas a aplicação do recurso de forma inadequada ? explica Barcellos.
Mesmo com a segurança da atividade, o criador deve fazer uma avaliação cautelosa antes de fechar negócios nessa primavera, e comprar somente o indispensável para manter o planejamento anual da unidade produtiva, feito no começo do primeiro semestre. Compras à vista são recomendadas por economistas para quem tem dinheiro sobrando. No caso de financiamentos, é preciso ter atenção redobrada com a taxa de juro, que deve preferencialmente ser fixa, alerta o economista Tarcísio Minetto:
? O produtor deve fazer um balanço das finanças da unidade produtiva para curto, médio e longo prazos. E, muito importante: considerar na hora da compra o comportamento histórico de preços para o período, e não apenas os picos das cotações.
Entre os riscos que podem afetar a atividade pecuária estão casos de doenças como a febre aftosa ? responsável por fechar mercados ? ou uma queda do poder aquisitivo do consumidor ? que reduz consumo e conseqüentemente afeta o preço ao pecuarista. Secas intensas como as de 2004 e 2005 também têm poder de desequilibrar o mercado.