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Irrigação muda a produção de leite no noroeste do Rio Grande do Sul

Projeto implementa sistema para fortalecer o pasto nas pequenas propriedadesPequenos produtores de leite da região noroeste do Rio Grande do Sul investem na irrigação do pasto para evitar que a estiagem prejudique as pastagens durante o verão. Além de ser uma garantia para a estação mais quente do ano, a irrigação pode ainda aumentar o lucro da propriedade.

Em cada dez verões, o noroeste do Rio Grande do Sul sofre dois deles com a estiagem. Para o produtor de leite, a falta de chuvas é ainda mais grave, pois a redução da quantidade ou qualidade de forragem se reflete diretamente na produção diária do produto.

No ano de 2011, o município de Catuípe enfrentou uma das piores estiagens da história. A produção leiteira teve queda de 60%, e o êxodo rural aumentou. Para mudar essa realidade, a Emater-RS elaborou um projeto de irrigação de pastagens para pequenos proprietários por meio do Programa Mais Água, Mais Renda, do governo gaúcho.

– No nível do município, a gente exige uma contra partida do produtor para ver se ele está realmente interessado na irrigação. Temos alguns pré-requisitos, como ter sucessão familiar, uma pastagem perene, manutenção de um riacho e da mata ciliar, recuperação das áreas de preservação permanente (APP). Temos conseguido que os interessados atendam esses pré-requisitos para que o projeto dê certo – explica o engenheiro agrônomo Carlos Dalla Corte.

Após aprovar a documentação, o produtor precisa esperar cerca de 40 dias para o sistema de irrigação por aspersão enterrada ser instalado. O produtor de leite Paulo José Guerine aderiu à tecnologia há cerca de um ano e meio. Até agora, ele garante que a conta de luz não teve grande impacto.

– Está valendo a pena. O custo mensal médio é R$ 25 – conta Guerine.

O engenheiro agrônomo Dalla Corte diz que, com bom manejo da tecnologia, é possível administrar bem os custos.

– Se usar das 21h até as 6h, que inclusive é o melhor horário para aproveitar a irrigação, sem sol e vento, o custo da energia é reduzido – diz.

A água utilizada para irrigação geralmente é retirada de córregos e açudes, o que não impacta na conta de água da propriedade. O principal ganho está na produtividade. Após um ano da implementação do sistema de irrigação, a produtividade de Guerine apresentou aumento. Antes, um hectare comportava apenas seis vacas, hoje o mesmo hectare comporta até 15 animais. O uso de outros insumos também tive impacto com a implementação do sistema de irrigação. De acordo com o produtor, após a irrigação ele reduziu o uso de silagem pela metade.

Além da melhora na produtividade e redução de custos, Carlos Dalla Corte aponta outro benefício do uso da irrigação: a redução no êxodo rural. Segundo ele, como o projeto dá garantia de renda, muitos jovens estão estudando no colégio agrícola para permanecer nas pequenas propriedades. 

O produtor Paulo José Guerine confirma o efeito positivo.

– No meu caso, se não fosse a irrigação, eu teria fugido em função dos verões secos. Mas deu para manter os animais e não ter queda na produção.

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