Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Japão libera compras de carne suína catarinense após sete anos de negociações

Santa Catarina está no topo do ranking de Estados exportadoresDesde essa sexta, 24, os produtores de Santa Catarina já contam com autorização para vender a carne suína para o Japão. A liberação, que ocorre após sete anos de negociações, foi publicada no Diário Oficial do país.

As vendas poderão ser feitas assim que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) enviar ao governo japonês a lista de estabelecimentos exportadores que atendem requisitos sanitários do país. Segundo o ministro Antônio Andrade, esta lista está em elaboração pela Secretaria de Defesa Agropecuária, em consulta com as empresas.

– Essa é uma notícia alvissareira, não só para a suinocultura nacional, mas para os governos Federal e de Santa Catarina.

O Secretário de Relações Internacionais do Mapa, Célio Porto, informou que o Brasil será o primeiro país que se beneficiará do reconhecimento de zona livre de febre aftosa para exportar carne suína para o Japão.

– Até agora, o Japão só aceitava importações de carnes de animais susceptíveis à doença se o país fosse inteiramente livre.

Porto observou, ainda, que a abertura do mercado japonês ocorre em um ótimo momento para o setor, tendo quem vista que a Ucrânia, que era o segundo maior importador de carne suína brasileira, suspendeu as importações do produto desde o dia 30 de março de 2013  alegando a presença da bactéria listeria em lotes de carnes oriundas do Brasil.

De acordo com o secretário, as exportações de carne suína para o Japão podem beneficiar fortemente o segmento no Brasil.

– As negociações começaram em 2006 e a conclusão de todo o processo terá impacto muito positivo para a economia regional. Finalmente Santa Catarina irá auferir benefícios econômicos positivos por seus esforços para se tornar Estado livre da doença, sem vacinação.

Mercado

O Japão é o maior importador mundial de carne suína in natura, totalizando US$ 5,1 bilhões em 2012, equivalentes a 779 mil toneladas, o que representa cerca de 31% das compras mundiais, em valor. O segundo maior mercado é a Rússia, que importou US$ 2,5 bilhões no ano passado.

Em 2012 os principais fornecedores de carne suína in natura para o Japão foram Estados Unidos (US$ 2,1 bilhões), União Europeia (US$ 1,4 bilhão) e Canadá (US$ 1,1 bilhao).

No ano passado, o Brasil – que é o quarto maior exportador de carne suína in natura do mundo – vendeu o produto para 63 mercados, totalizando US$ 1,3 bilhão (quase 500 mil toneladas).

Santa Catarina está no topo da lista dos Estados exportadores, vendendo US$ 492 milhões, isto é, cerca de 181 mil toneladas em 2012.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas, disse que o potencial de vendas de carne suína brasileira ao Japão é de 100 toneladas por ano no mínimo.

– O Japão é o maior consumidor da proteína no mundo, com compras de cerca de mil toneladas/ano de mercados produtores como Estados Unidos, México, Canadá, Dinamarca e Chile. Seria ideal se conseguimos chegar aos 10% disso.

Tranquilidade

O vice-presidente de Assuntos Corporativos da empresa de alimentos BRF, Wilson de Mello Neto, disse que a possibilidade de exportar ao Japão dará “tranquilidade” ao mercado de carne suína brasileira.

– Além de o país ser o maior mercado consumidor do mundo, é um mercado estável, diferente de Rússia e Ucrânia. Dará mais tranquilidade às vendas do setor e equilibra o jogo. É mais um competidor de peso – declarou.

O executivo não quis citar o potencial de vendas, em toneladas, que o Brasil pode atingir, mas Mello Neto estima que, somente a comercialização da BRF ao país pode chegar a uma receita cambial de US$ 300 milhões em três anos.

Sair da versão mobile