O total de abates feitos pela JBS no segundo trimestre de 2015 avançou para 336,468 milhões, número que é 28,9% superior aos 261,016 milhões de animais processados no mesmo período de 2014. Os dados não incluem os abates realizados pela Pilgrim’s Pride Corporation (PPC), divisão das operações de frangos da alimentícia nos Estados Unidos, mas consideram todos as proteínas produzidas pela JBS: bovina, suína e de frango.
A expansão foi liderada pela JBS Foods, que, além de ser a unidade que mais abate animais por atuar no segmento de aves, aumentou sua capacidade instalada nos últimos 12 meses. A subsidiária abateu 327,357 milhões de aves, ante 253,086 milhões no segundo trimestre de 2014 (+29,3%).
Já a unidade Mercosul restringiu os abates em 5,3%, para 2,165 milhões de cabeças de gado entre abril e junho deste ano, apesar de o processamento ter aumentado 23% na Argentina, segundo a companhia. A queda pode ser um reflexo dos preços da arroba em 2015, que estão em alta em comparação com o ano passado devido à menor oferta de bois terminados no País. Na divisão de bovinos dos Estados Unidos, por outro lado, abates cresceram 9,8%, para 2,422 milhões. No período, a JBS USA processou 3,315 milhões de suínos, quantidade 3,5% inferior à do segundo trimestre de 2014.
Balanço
A JBS registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 80,1 milhões no segundo trimestre de 2015. O resultado representa uma queda de 68,5%, na comparação com os R$ 254,3 milhões do mesmo período de 2014. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, quando o resultado somou R$ 1,393 bilhão, o recuo foi de 94,3%.
Com a inclusão da participação dos minoritários, o lucro líquido da JBS entre abril e junho foi de R$ 252,2 milhões, queda de 28,2% ante os R$ 351,5 milhões de 2014. Em relação aos primeiro trimestre, quando o resultado apresentado foi de R$ 1,528 bilhão, a queda foi de 83,5%.
O lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia produtora de carnes ficou em R$ 3,577 bilhões entre abril e junho de 2015, um avanço de 47% frente aos R$ 2,432 bilhões na comparação anual, e de 29,7% em relação aos três primeiros meses do ano, quando registrou R$ 2,757 bilhões.
No relatório de resultados, a JBS explica que a despesa financeira líquida no segundo trimestre ficou em R$ 2,3 bilhões, um aumento de 111,5% na comparação com o mesmo período de 2014. No período, a companhia gerou R$ 675,1 milhões em caixa proveniente de atividades operacionais. Com o impacto do pagamento pela aquisição da Tyson Foods no México, de R$ 1,24 bilhão, além de despesas com proteção cambial, o fluxo de caixa livre ficou negativo em R$ 1,415 bilhão.
A JBS encerrou junho com uma dívida líquida de R$ 34,8 bilhões, avanço de 4,8% em relação a março, e de 40,8% na comparação com junho de 2014. A relação dívida líquida/Ebitda fechou o segundo trimestre em 2,4 vezes, contra 2,3 vezes em março deste ano, e 3,2 vezes no mesmo período de 2014.
Quando incluídos os resultados proforma das aquisições realizadas a partir do 2º trimestre de 2014 (Tyson Brasil e México, Big Frango, Céu Azul e Grupo Primo), com incremento de R$ 1 bilhão do Ebitda, a alavancagem ajustada ao final de junho ficou em 2,3x. A JBS possui 87% do seu endividamento em dólar.
Exportações
As exportações consolidadas da JBS caíram 7,7% no segundo trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia reportou vendas que somaram US$ 3,971 bilhões, ante faturamento de US$ 4,305 bilhões entre abril e junho de 2014. O resultado corresponde a cerca de 30% das vendas globais da companhia no período e não inclui os resultados gerados em mercados internos fora do Brasil, apenas fluxos de comércio exterior.
A China continental e Hong Kong continuam a ser os maiores importadores de carnes da JBS, mas tiveram sua participação conjunta reduzida em 3,8 pontos porcentuais, para 14,7%. Na segunda colocação ficaram África e Oriente Médio (14,1%), que ultrapassaram a América do Sul (11,7%) em importância. O México seguiu na quarta posição, com 10,4% das exportações, seguido de perto pelo Japão (também 10,4%), Estados Unidos (10,2%), Coreia do Sul (7,1%), União Europeia (5,2%), Rússia (4,6%) e Canadá (2,5%). A participação de outros destinos também foi reduzida, de 16,6% para 9,2%. As porcentagens referem-se às receitas obtidas com exportação, e não volumes embarcados.