A informação foi passada pelo deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, que também é presidente da Força Sindical, e confirmada por fontes do frigorífico. Como dificilmente o governo cederá a esse ponto, até porque não poderia abrir uma concessão específica para uma só empresa, a condição imposta pelo frigorífico deve ser vista apenas como uma formalidade. Até porque o JBS já demitiu 1.275 trabalhadores da unidade. Além disso, já foram retirados os equipamentos da planta, o que dificultaria uma retroação.
Paulinho esteve nessa quarta, dia 21, com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para apresentar o imbróglio do setor. O deputado teme que o JBS ou até outras empresas do setor demitam mais trabalhadores.
? A confusão toda é que se trata de uma questão tributária ? disse, após reunir-se com Lupi. Ele ainda aguarda um retorno do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para ver se aceitaria a proposta.
O que mais incomoda o parlamentar é o fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ser sócio do JBS.
? Não dá para aceitar dinheiro público em uma empresa que demite tanto ? afirmou o deputado.
De acordo com ele, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, com quem esteve reunido há uma semana para tratar do tema, não levou o assunto “muito a sério”.
? Desse jeito, vamos ter que brigar com todo mundo e vamos colocar o pessoal nas ruas para protestar ? avisou o líder sindical. O intuito da reunião com Lupi foi tentar que o governo faça alguma pressão para evitar demissões de uma empresa que, ainda que indiretamente, recebe dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador.”
Os frigoríficos sentem diretamente o aumento dos preços das terras no Estado de São Paulo, pois as áreas de pastagem cederam espaço para plantio de laranja e, principalmente, de cana-de-açúcar. Além disso, há a avaliação de que governos passados foram mais favoráveis ao setor, o que não está sendo visto agora.