Freyre se reuniu nesta quinta, em Buenos Aires, com o presidente da JBS na Argentina, Artemio Listoni, o secretário geral da Central Geral do Trabalho (CGT) de Venado Tuerto, Jorge Sola, e funcionários do Ministério do Trabalho para discutir a situação, segundo informações da assessoria de Freyre. O fechamento do frigorífico Swift/JBS preocupa o município de 80 mil habitantes. Na reunião qualificada de “tensa e complexa”, os diretores da empresa destacaram os prejuízos pelos elevados custos de manutenção de suas unidades no país.
A indústria da carne vive uma de suas piores crises desde 2009, após a forte estiagem que matou centenas de animais, somada às inúmeras restrições comerciais impostas pelo governo Kirchner desde 2006. O prefeito recordou aos executivos da JBS que o município comprometeu-se com custos operacionais para a recuperação do frigorífico desde 2005, quando o grupo brasileiro adquiriu a unidade. Freyre busca alternativa de recursos para manter a unidade em funcionamento, como a que foi aplicada em outra unidade do JBS, no frigorífico San José, na província de Entre Rios.
Com o frigorífico fechado por mais de um ano, a Administração Federal e o governo provincial liberaram recursos para financiar a compra da unidade junto com uma cooperativa de produtores rurais, no qual ambos os governos possuem participação acionista. O acordo de compra e venda foi assinado há alguns meses, mas até o momento, segundo fontes do mercado, a JBS não recebeu o pagamento. O grupo brasileiro possui seis unidades no país, incluindo a de San José, já que a transferência dos ativos ainda não foi realizada, e uma unidade de empacotamento. De acordo com o prefeito, os executivos também informaram que a unidade de Villa Gobernador Gálvez, que possui 1.500 operários, funcionará apenas até junho de 2012.
Conforme relato da assessoria, os executivos da JBS disseram a Freyre que a empresa já perdeu US$ 10 milhões na Argentina e não está disposta a ter mais prejuízos. Para tanto, a empresa ofereceu três alternativas possíveis: a revisão da política oficial de exportações, cujos impostos e cotas impedem que a indústria tenha lucros; o pagamento pelo Estado das perdas acumuladas no último ano com a manutenção da estrutura desta unidade, atendendo ao pedido do governo; e, por último, que o frigorífico em questão seja vendido à província, Estado ou qualquer interessado.
O frigorífico paralisou suas atividades no dia 18 de dezembro e deu férias coletivas aos empregados. No retorno, receberam a notícia sobre o fechamento da unidade e um programa de aposentadoria voluntária. Desde a última segunda-feira, os empregados fazem manifestações em frente ao frigorífico para protestar contra o fechamento.