A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançaram nesta terça, dia 2, na Expointer, o Manual de Boas Práticas para o Bem-estar Animal em Competições Equestres.
Segundo o superintendente do Serviço de Registro Genealógico da da ABCCC, Rodrigo Teixeira, até então, só havia disponível no país um manual dedicado a animais de produção.
– O uso da publicação não é obrigatório, mas reúne uma série de sugestões para que os produtores possam seguir boas práticas – afirma Teixeira.
De acordo com a responsável pela Comissão do Bem-Estar do Mapa, Lizie Buss, a confecção do manual envolveu um ano de trabalho. A elaboração do conteúdo foi articulada pela Câmara Setorial de Equideocultura – órgão que representa as associações de raça perante o Mapa – em conjunto com outras entidades do setor em todo o Brasil.
– Mesmo que grande parte das pessoas compreenda o comportamento do animal em determinadas situações, por meio de experimentação, a publicação é muito importante para prevenir acidentes e problemas de saúde – diz ela.
O manual pode ser baixado diretamente do site do ministério, e reúne informações sobre uso de equipamentos, rotinas gerais para treinamentos, transporte, entre outros assuntos.
Maus tratos
O manual define como maus tratos aos cavalos quaisquer práticas que provoquem no animal reações de desconforto prolongado ou permanente, dor, exaustão, tais como:
– deixar a embocadura na boca do animal por períodos extensos;
– amarrar o animal por período extenso;
– utilizar equipamentos de controle baseados na resposta à dor (exemplo: focinheira serrilhada, gamarra de arame fino, embocadura de corrente);
– montar ou cavalgar animal em estado de subnutrição ou score corporal igual ou inferior a 3 (três) conforme escala de Henneke;
– usar técnicas ou métodos de treinamento ou aquecimento que provoquem golpes nas pernas do animal com objetos;
– esporadas ou chicotadas excessivas;
– puxadas de rédeas excessivas;
– saltos excessivos;
– spinning (volta sobre patas) excessivos;
– todas as formas de barragem ou “pincho” na prática de salto de obstáculos ;
– o uso de qualquer prática, aparelho ou ferramenta que restrinja o movimento e/ ou sensibilidade da cauda do animal;
– apresentar para prova e treinamento animal que esteja aparentemente apático, fraco, letárgico, macilento (emaciado), de expressão contraída ou excessivamente cansada;
– tratamento intencional ou negligente que resulte em qualquer sangramento;
– arrastar animais conscientes;
– quaisquer outras consideradas abusivas por médico veterinário.